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Cientistas da sonda New Horizonts da NASA, descobriram um contraste evidente entre uma das crateras recentes de Caronte, o maior satélite de Plutão, e uma cratera vizinha, na face virada para Plutão.
A cratera, denominada Organa informalente, tomou a atenção dos cientistas quando eles estudavam um scan infravermelho de alta resolução de Caronte.
A cratera Organa, e porções de material ejectado dela nas suas redondezas, mostram uma absorção de infravermelhos num comprimento de onde de 2.2microns, indicando que a cratera é rica em amónia congelado, e, pelo que foi constatado até agora, fenómeno único na superfície do satélite de Plutão.
O espectro de infravermelho da cratera Skywalker, por exemplo, é semelhante às restantes crateras de Caronte e superfície, com relevos dominados por gelo de água vulgar.
Usando telescópios, cientistas observaram em 2000, absorção de amónia, mas as concentrações de amónia à volta desta cratera são sem precedentes.
Porque são estas duas crateras tão semelhantes de tamanho e aparência, tão perto uma da outra, de composições tão distintas? Há numerosas ideias no que toca à concentração de amónia na cratera Organa. A cratera pode ser mais recente, ou talvez o impacto que a criou tenha atingido uma bolsa rica de amónia abaixo do gelo. Em alternativa, talvez o que criou a cratera, tivesse levado a sua própria amónia.
Ambas as crateras são sensivelmente do mesmo tamanho - aproximadamente 5Km de diâmetro - semelhantes entre elas, incluindo nos raios de material ejectado. Uma aparente diferença é a de que, Organa tem uma região central de material mais escuro, apesar de no mapa criado pela New Horizons, o material rico em amónia passe para além desta área.
Concentrações de amónia são um poderoso anticongelante em mundos gelados, e se a amónia é efectivamente do interior de Caronte, poderá ajudar a explicar a formação da superfície através de crio-vulcanismo, com a erupção de magmas frios de água-amónia.
![]() Ephraim Fischbach. |
Descobrir novas forças na natureza não é uma tarefa fácil. A descoberta da gravidade enquanto uma duvidosa experiência de Newton, continua ligada à cultura popular. Em Janeiro de 1986, Ephraim Fischbach, Professor de física da Universidade Purdue em West Lafayette, EUA, teve a oportunidade de deixar a sua marca na memória colectiva.
O seu trabalho fez a capa do New York Times, após ele e os seus co-autores terem publicado um estudo que deixava em aberto a tentadora possibilidade de uma quinta força no universo.
Num artigo publicado, Fischbach conta-nos como a existência de uma quinta força ao estilo da gravidade, estimulou uma quantidade inédita de investigação ao nível da física gravitacional - apesar de a sua existência, como inicialmente formulada, não tenha sido confirmada por experimentação.
Nos idos anos 80, Fischbach e os seus colegas, reanalisaram dados de um estudo clássico de física, conhecido como a experiência Eotvos, comparando a aceleração de amostras de diferentes compostos químicos para a Terra.
A sua interpretação foi contra conhecimentos prévios, sugerindo que a aceleração varia, dependendo da composição química dos elementos.
Em teoria, esta força coexiste com a Gravidade, mas iria aparecer numa experiência, na forma de uma espécie de gravidade, com uma força de longo alcance, cujos efeitos se estenderiam ao longo de distância macroscópicas.
Foi atribuído à troca de qualquer ultra-luz quântica, que é sugerida em teorias que unificam todas as forças numa só, um quadro teorético consistente.
Após mais cerca de trinta anos de pesquisa, não há evidências para a existência de qualquer desvio sobre as previsões da gravidade padronizada em qualquer escala de distância. Do mesmo modo não existe confirmação para o modelo original da quinta força, que seria proporcional ao numero de baryons - partícula subatómica - nas amostras interactivas.
No entanto, permanece a possibilidade que um diferente tipo de quinta força, de uma natureza diferente do que originalmente prevista, pode ainda existir. Entretanto, esta força hipotética levou ao desenvolvimento de muitas novas teorias e novas experiências.
Por exemplo, estimulou a procura de novos campos macroscópicos de força gravitacional, e providência novas maneiras de estudar física de alta-energia.
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O rover Opportunity encontra-se no 'Marathon Valley' na orla oeste da Cratera Endeavour, completando uma pesquisa por minerais argilosos ao nível do solo, antes de se mover para a sua localização de Inverno no lado sul do vale.
A passagem do orbitador resultou em pouco ou nenhum dado recebido. Esta funcionalidade relaciona-se com a geometria da órbita e a elevada parede do vale na orla oeste da 'Marathon Valley'. No Sol 4163 (10 de Out., 2015), o rover Opportunity guiou 10 metros, primeiro para Norte, depois para Este, evitando alguns obstáculos no terreno.
O rover tirou algumas imagens do local de onde partiu para análises de alguma roda/terreno interacção durante a utima volta realizada.
No próximo sol, o rover fotografou através da câmara panoramica (Pancam) e câmara de navegação (Navcam) panoramas e continuou com o diagnóstico de não leitura do Banco de Memória Flash. Mais panôramas da Pancam foram tirados nesse Sol posteriormente.
No Sol 4166 (13 de Out, 2015) Opportunity andou novamente, desta vez 20 metros para sudeste. Posteriormente mais panoramas Pancam e Navcam foram obtidos. O rover está agora num terreno favorável e inclinado virado a Norte. Opportunity continuará nas encostas a norte para o Inverno.
No Sol 4166 (13 de Out, 2015), a produção de energia solar era 325 watts-hora com uma opacidade atmosférica (Tau) de 0.577 e com o factor de poeira no painel solar de 0.577.
A odometria total é de 42.62Km, mais que uma maratona.
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A NASA testou componentes para um motor a metano que pode ser usado pelos módulos que aterrarão em Marte, combustível este que nunca foi usado por uma nave da NASA.
Uma fabulosa chama azul saiu do propulsor numa série de testes efectuados recentemente pela NASA no Marshall Space Flight Center em Huntsville, EUA. A chama azul, atípica da maioria dos motores de teste, tem a assinatura do combustível, metano.
Com a actual configuração, estes propulsores de metano poderão fazer aterrar um pequeno módulo. Com os dados adquiridos nos testes, a tecnologia poderá ser aplicada em escala, para maiores aplicações em motores espaciais de módulos maiores.
Metano é um combustível promissor para uma jornada a Marte.
O metano - mais estável que o hidrogénio líquido, o mais comum combustível de foguetão - pode ser armazenado a temperaturas mais acessíveis. O metano pode ser recuperado e criado com recursos locais.
Com uma temperatura de armazenamento semelhante à do oxigénio liquido - oxidante de foguetes a metano - os tanques de armazenamento de metano irão requerer menos isolamento, levando a tanques economicamente mais em conta. O metano é igualmente mais denso que o hidrogénio liquido, o que irá permitir tanques mais pequenos.
Com a missão Marte 2020, a NASA planeia demonstrar a tecnologia de recuperação/aquisição de metano que iria permitir ter propulsor e oxigénio da atmosfera Marciana. Se bem sucedido, astronautas irão criar tanto o combustível como o oxidante necessários para propulsionar o módulo de aterragem de volta à órbita Marciana.
O propulsor actualmente em testes, produz 1800Kg de força. Para atingir 11500Kg de força necessária para um módulo de aterragem/descolagem de Marte, e permitir aos motores impulsionarem, engenheiros do Marshall estão igualmente a desenvolver uma bomba de injecção capaz de levar a 95000 revoluções por minuto na entrega do metano ao propulsor, permitindo ao foguete atingir níveis mais elevados de propulsão.
Os engenheiros do Marshall planeiam conduzir uma série de testes no final do ano de modo a verificar a bomba de injecção, previamente testada com hidrogénio liquido, de modo a que possa ser usada com qualquer combustível, e seja capaz de injectar fuel suficiente para o grande foguete de metano.
Os foguetões - a combinação de um injector e câmara - propulsionados a metano com oxigénio líquido como oxidante, têm sido desenvolvidos em Marshall ao longo da última década.
Tanto o propulsor como a bomba foram completos com o auxilio de impressão 3D. Não só a impressão 3D permite produções mais rápidas, como igualmente uma redução de tempo e maquinaria necessárias à fabricação tradicional, permitindo a adição de um par de portas termoeléctricas do comprimento da câmara. Estas portas irão comunicar com os canais de refrigeração da câmara, conseguindo uma temperatura nunca disponível.
'Estes dados ajudarão a obter um modelo termal,' refere Sandra Greene, engenheira no Marshall Propulsion System Department. 'Daí que a possibilidade de ter portas termoeléctricas seja tão excitante - não só teremos a temperatura de entrada e saída do metano, como também teremos dados que nos irão ajudar a verificar o que se passa dentro do sistema de refrigeração da câmara.'
Estes dados termais únicos serão usados para outros modelos e servirão para optimizar modelos de propulsão para um sistema de propulsão regenerativo que usa metano como combustível.
Um motor com um sistema regenerativo enviará o combustível através de canais na câmara para arrefecimento da mesma antes e durante a ignição. Em anteriores sistemas de propulsão a metano, realizados em Marshall, a câmara era inicialmente não arrefecida - usando materiais que não deixariam a câmara aquecer demasiado.
Para maximizar a performance, uma câmara arrefecida e regeneradora é desejada. Esta câmara será a primeira tentativa num sistema propulsionado a metano.
Com a NASA mais perto que nunca de enviar astronautas a Marte, estes testes, e a tecnologia que eles inspiram, poderão ajudar a que os primeiros passos na superfície Marciana venham de astronautas que chegarão num veículo guiado por uma espectacular chama de metano azul.
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O rover Opportunity está no 'Marathon Valley' na orla Oeste da Cratera Endeavour conduzindo pesquisa ao nível do solo na procura de minerais argilosos, antes de se colocar na posição de Inverno no lado sul do vale.
O rover completou um teste de 9 dias usando o sistema de ficheiro da memória flash no Sol 4155 (1 de Out., 2015). No Sol 4154 (30 de Set., 2015), um problema relacionado com um 'reset' da memória Flash não permitiu ao Rover que guiasse nesse Sol.
No Sol 4155 (1 de Out., 2015), o Rover voltou ao uso de uso exclusivo de memória RAM (sem armazenamento Flash) e guiou o que estava originalmente planeado para aquele Sol, completando um total de 8.5m.
Panoramas da Navigation Camera (Navcam) foram obtidos. No Sol seguinte um alvo foi fotografado a cores com a Panoramic Câmera (Pancam). No Sol 4157 (3 de Set., 2015), o rover opportunity guiou novamente, zig-zaguiando de modo a evitar obstáculos. Mais panoramas coloridos foram adicionados. No Sol seguinte mais panoramas Navcam foram obtidos. No Sol 4159 (5 de Set., 2015), o rover moveu-se novamente para este, viajando 14.5m.
Tal como nas mais recentes deslocações, panoramas Pancam e Navcam foram obtidos.
No Sol 4161 (7 de Set, 2015), a produção de energia solar era 327 watts-hora com uma opacidade atmosférica (Tau) de 0.553 e com o factor de poeira no painel solar de 0.569.
A odometria total é de 42.59Km, mais que uma maratona.
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Uma equipa de investigadores da Universidade de Bristol and Sussex, em colaboração com Ultrahaptics construíram o primeiro raio de tracção sónico do mundo que pode fazer levitar objectos e movimenta-los, usando ondas sonoras.
Raios de tracção são misteriosos raios que podem agarrar e transportar objectos. O conceito tem sido usado por escritores de ficção cientifica, e programas como Star Trek, mas tem vindo a fascinar cientistas e engenheiros. Investigadores construíram um raio de tracção funcional que usa ondas sonoras de grande amplitude de forma a gerar um holograma acústico que pode agarrar e mover pequenos objectos.
A técnica, publicada na Nature Communications, pode ser desenvolvida para uma grande abrangência de aplicações, como por exemplo; um producto sónico poderia transportar objectos delicados e montá-los, tudo sem contacto físico. Por outro lado, uma versão miniturizada pode agarrar e transportar cápsulas médicas ou micro instrumentos cirúrgicos através de tecido vivo.
O principal estudante e autor, disse; 'Foi uma experiência incrível, a primeira vez que vimos um objecto colocado no lugar por um raio de tracção. Todo o meu trabalho compensou, é brilhante.'
Bruce Drinkwater, professor da Ultrasonics na Universidade de Bristol, departamento de engenharia mecânica, acrescentou: 'Todos sabemos que as ondas sonoras têm um efeito físico. Mas nós conseguimos atingir um controle de som nunca atingido previamente.'
Sriram Subramanian, Professor de Informática na Universidade de Sussex e co-fundador da Ultrahaptics, explicou: 'No nosso aparelho, manipulámos objectos a meio do ar e aparentemente contrariámos a gravidade. Aqui nós controlamos individualmente dezenas de colunas que nos dão uma solução optimizada para gerar um holograma acústico que possa manipular múltiplos objectos em tempo-real sem contacto.'
Os investigadores usaram uma matriz de 64 colunas miniaturas para criar um campo de alta intensidade de ondas sonoras. O raio de tracção funciona rodeando o objecto com som de alta intensidade e isto cria um campo de forças que mantém os objectos no lugar. Ao controlar cuidadosamente as colunas o objecto pode ser colocado no lugar, mantido ou rodado.
A equipa demonstrou que três diferentes formas de força acústica funcionam como um raio de tracção. O primeiro é um campo de forças acústico que age como um par de dedos. O segundo age como um vortex em que o objecto fica encalhado e preso no centro e o terceiro é melhor descrito como uma gaiola de alta intensidade que rodeia e o mantém no lugar.
Trabalho prévio em estudos acústicos tinham de rodear um objecto com colunas, o que limita a extensão do movimento e restringe muitas aplicações.
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Uma equipa de cientistas da NASA resolveu um mistério duradouro das missões Apollo à Lua - a origem da matéria orgânica nas amostras lunares que vieram para a Terra. Amostras do solo Lunar trazidas de volta pelos astronautas Apollo, contém baixos níveis de matéria orgânica na forma de aminoácidos. Certos aminoácidos são constituintes principais de proteínas, moléculas essenciais à vida, usadas para construir estruturas como cabelo, pele e regular reacções químicas.
Sendo que a Lua é um lugar que não comporta nenhuma forma de vida conhecida, os cientistas sempre acharam que a matéria orgânica nunca poderia ter vindo da Lua. Em vez disso, eles acreditam que os aminoácidos podem ter vindo de quatro fontes distintas.
Primeiro, e uma vez que traços de vida estão presentes em todos os lugares da Terra, os aminoácidos podem ser simplesmente contaminação de fontes presentes na Terra, seja de material que foi trazido da Lua pelas diferentes missões, ou contaminação introduzida enquanto as amostras estavam a ser manuseadas de volta à Terra
Segundo, o escape do motor dos módulos lunares contém moléculas precursoras a serem usadas para construir aminoácidos (como cianeto de hidrogénio (ou HCN). Esta contaminação pode produzir aminoácidos durante a análise de amostras lunares em laboratório.
Terceiro, o vento solar - um pequeno jacto de gás condutor eléctrico continuamente superado da superfície do Sol - contém elementos usados para fazer aminoácidos, como hidrogénio, carbono e nitrogénio. Tal como a contaminação do escape do módulo lunar, material trazido pelo vento solar, pode produzir aminoácidos durante o trabalho de amostra.
Quarto, reacções químicas dentro de asteróides fazem aminoácidos. Fragmentos de colisões de asteróides caiem ocasionalmente na Terra como meteoritos, trazendo os seus aminoácidos extra-terrestres com eles. A superfície Lunar é frequentemente bombardeada por meteoritos e pode ter aminoácidos de asteróides igualmente.
As pessoas sabiam que os aminoácidos estavam nas amostras lunares, mas não sabiam de onde tinham vindo.
Os cientistas nos anos 70 sabiam quais as questões a fazer e tentaram responde-las, mas eram limitados pelas capacidades analíticas daquele tempo. Já temos a tecnologia agora e conseguimos determinar que a maioria dos aminoácidos vieram de contaminação terrestre, com, talvez, uma pequena contribuição de impactos meteoritos.
A equipa analisou sete amostras durante as missões Apollo guardadas nas instalações da NASA desde a sua chegada à Terra, e encontrou aminoácidos em todos eles em muito baixas concentrações (105 a 1910 partes-por-mil-milhões). Uma das novas capacidade do Laboratório Analítico de Astrobiologia Goddard foi a instrumentalização de sensores que determinam a composição isótopica de moléculas de aminoácidos. Esta capacidade deixou a equipa dizer que a contaminação terrestre foi a fonte primária do aminoácido lunar.
Isótopos são versões de um elemento; por exemplo, Carbono-13 tem um neutrão extra e é uma versão mais massiva do comum carbono-12, que reage um pouco mais prontamente, então moléculas de aminoácidos da vida terrestre terão menos Carbono-13 comparado com aminoácidos produzidos por reacções não biológicas em asteróides.
Isto foi o que a equipa encontrou numa das amostras lunares que foram suficientemente abundantes para análises isotópicas. A composição isotópica do aminoácido (glicina e alanina) têm menos Carbono-13 e parece-se mais com o de fontes terrestres e meteoritos.
Composição isotópica também ajudou a excluir o vento solar como fonte, uma vez que o vento solar tem muito mais carbono-13 do que foi encontrado na amostra.
Também se o vento solar fosse responsável pelos aminoácidos, então as amostras retiradas da superfície lunar, que tinham uma alta exposição ao vento solar, deveriam ter uma grande abundância de aminoácidos do que amostra retiradas abaixo da superfície. Isto é o oposto do que foi encontrado - as amostras mais profundas, mais protegidas do vento solar, tinham a maior parte dos aminoácidos.
Um resultado semelhante aos aminoácidos ajudam a excluir o escape do módulo lunar como fonte. Se a contaminação pelo escape do módulo produzisse aminoácidos, então uma amostra retirada do módulo da Apollo 17 deveria ter mais aminoácidos do que uma amostra retirada longe do módulo. No entanto, a equipa descobriu que uma amostra retirada a 6,5Km tinha uma abundância de aminoácidos semelhante às que tinham sido retiradas sob o módulo.
A capacidade de determinar a orientação de uma molécula de aminoácido, foi outra nova capacidade do Laboratório Goddard que lhes permitiu descobrir a origem dos aminoácidos lunares. Moléculas de aminoácidos podem ser construídas em duas versões - esquerda e direita - que são imagens espelhadas delas, como as nossas mãos.
A vida terrestre usa a versão esquerda, enquanto a química não biológica produz a versão esquerda e direita em quantidades iguais. Nas amostras, a equipa descobriu que a versões esquerda eram muito mais comuns que as versões direita, por alguns aminoácidos usados para fazer proteínas. Uma vez que a vida usa a versão esquerda, fica a sugestão de ter sido a vida terrestre a origem destes aminoácidos.
Apesar dos aminoácidos virem provavelmente da Terra, a equipa não pode excluir o contributo dos meteoritos porque encontraram alguns aminoácidos extremamente raros na biologia terrestre e que são comuns em meteoritos. A descoberta sugere que os meteoritos têm uma pequena contribuição aos aminoácidos encontrados na superfície lunar.
Esta investigação tem importantes implicações em futuras missões que procuram matéria orgânica extra-terrestre e que possa estar presente, em muito pequenas quantidades, em futuras amostras.
As próximas missões enfatizam que as análises devem considerar, não só contaminação, mas também poderão incluir 'amostras testemunha' que gravam o ambiente e contaminação potencial quando uma missão é lançada para entender a prévia e inevitável contaminação.
Esta será a lição aprendida pela sonda da NASA, Osiris-Rex, que será lançada em 2016 para devolver amostras prístinas do asteróide Bennu em 2023.
As amostras Apollo foram obtidas entre 1969 e 1972 e a preservação das amostras permitiu identificar as origens de aminoácidos detectados nas amostras, uma questão que os investigadores originais foram incapazes de resolver.
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Um estudo publicado pela Astrophysical Journal Letters, cientistas da Universidade de New Hampshire (UNH) responderam a questões sobre a Voyager 1, quando se tornou a primeira sonda a entrar no espaço interestelar em meados de 2012, e observou o campo magnético, que era inconsistente com o que já tinha sido observado por outras sondas.
A Voyager 1 enviou diferentes indicações sobre a passagem dos limites da nossa bolha solar protectora, aumentada pelo vento solar - helioesfera - após uma jornada de 35 anos. Mas os dados do campo magnético reunidos pela sonda, não foram o que os cientistas estavam à espera. O estudo da UNH resolveu as inconsistências.
Aparentemente ainda existem não crentes da chegada à heliopausa - limite da helioesfera - da Voyager 1, e a razão para esta duvida vem do facto de não se ter assistido a uma mudança significativa do campo magnético solar.
Acrescenta-se ao mistério, o facto de os pesquisadores observarem que a direcção do campo magnético em campo interestelar estavam desviados num ângulo de 40 graus acima do que era esperado. Alguns cientistas postularam que esse desvio era uma indicação que a Voyager 1 ainda estaria dentro da heliopausa.
Investigadores resolveram as discrepâncias usando a triangulação de quatro dados diferentes reunidos por outras sondas, incluindo a missão Interstellar Boundary Explorer (IBEX) que em 2009 descobriu um misterioso arco de energia e partículas, que se crêem ser associados com o campo magnético interestelar.
Os cientistas descobriram que a Voyager 1 mediu o campo magnético movendo a agulha do compasso com os pontos cardeais dados pelo arco IBEX - o centro do arco é a direcção do 'verdadeiro norte magnético' para o prístino campo magnético interestelar.
Os estudos mostram que a direcção inicial do campo magnético observado pela Voyager 1 é deflectido pela heliopausa, como um elástico enrolado numa bola de praia. Logo, a nave move-se através de uma região especial do espaço onde os campos magnéticos são afastados do verdadeiro norte magnético. Isto significa que a Voyager 1 cruzou a heliopausa em 2012, mas ainda está a atravessar esta 'lamacenta' região do campo magnético e não alcançará a região 'limpa' do espaço interestelar até 2025.
As análises da UNH confirmam duas coisas pela primeira vez: que o centro do arco IBEX é a direcção do campo magnético interestelar, e, em segundo, que a Voyager 1 está agora para lá da heliopausa.
Com as recentes descobertas, os cientistas sabem agora que terão de esperar mais uma década até que a Voyager entre no espaço interestelar, e que está para além do alcance do nosso sol. Desde a idade espacial que a humanidade nunca passou para o lado de lá e explorou este longínquo e novo ambiente.
Qual é a natureza do ambiente galáctico no que toca a raios cósmicos e campo magnético? Estaremos a começar a idealizar o que será realmente o nosso ambiente intergaláctico e poderemos ligar os ambientes que vêm a seguir, na nossa galáxia?
Quando a Voyager 1 cruzar a próxima fronteira seremos levados a sondar muitos novos mistérios desconhecidos.
![]() NASA/JPL-Caltech/SETI Institute. |
Europa, satélite de Júpiter, pensa-se ter um grande oceano salgado sob o seu exterior gelado, e esse oceano, dizem os cientistas, tem o potêncial de abrigar vida. De facto, uma missão sugerida recentemente pela NASA visitaria a superfície do satélite, na procura de componentes que nos diriam acerca da possibilidade de vida. Mas onde será o melhor lugar para procurar?
Novas pesquisas sugerem que possa ser na zona denominada de 'chaos terrain.'
Há muito que sabemos que a superfície de Europa, com as suas fendas e falhas é uma assinatura exterior de um vasto e interno oceano salgado. As áreas de 'terreno caótico' mostram sinais da vastas superfícies geladas quebradas, com posições alteradas, que voltaram a congelar. Estas regiões são de interesse particular, porque a água dos oceanos abaixo, podem subir à superfície e deixar falhas com depósitos por lá.
Retirar amostras directamente representa um desafio tecnológico muito distante no futuro, mas se conseguirmos estudar esses depósitos nas áreas de caos, poderíamos ter muitas pistas acerca da composição e dinâmica do oceano abaixo. Esse mar estima-se que tenha uma profundidade de 100km. Poderemos assim saber muito acerca das fronteiras entre o interior rochoso e o oceano.
Na procura de tais depósitos, os investigadores voltaram a observar os dados de observações realizadas em 2011 no telescópio Keck no Havai usando o espectrógrafo OSIRIS. Cada elemento químico tem uma absorção de luz diferente chamado espectro. O padrão espectral resultante da absorção de luz serve para identificar composições químicas da superfície mineral de Europa, observando a luz reflectida.
Os instrumentos OSIRIS medem o espectro de luz infravermelho. Os minerais que esperamos encontrar em Europa têm origens distintas quando observadas sob o espectro de infravermelhos.
As observações de OSIRIS produzem um espectro de 1600 pontos na superfície de Europa. Para entender esta quantidade de dados, foi desenvolvida uma nova técnica para separar e identificar grandes grupos de variações espectrais
Foi desenvolvido uma nova ferramenta matemática que permite que se retire uma série de dados espectrais e classificá-los num certo número de dados espectrais distintos. O software pode seguidamente correlacionar os grupos lidos, com o mapa de Europa desenvolvido pela missão Galileo da NASA, que mapeou o satélite nos anos 1990's. O composto final deu um guia global para as regiões em que a NASA estava interessada.
Três categorias distintas analisadas emergiram das análises. A primeira foi gelo de água, que domina a superfície de Europa. A segunda inclui químicos formados quando sulfureto e oxigénio ionizados, bombardearam a superfície de Europa e reagiram com gelos nativos. Estas descobertas foram consistentes com trabalhos previamente realizados na identificação da superfície química de Europa.
Mas o terceiro grupo de indicadores químicos foi mais intrigante. Não coincidia nem com o conjunto de gelos ou sulfuretos, nem foi identificado facilmente como um conjunto de sais minerais, tal como seria esperado de acordo com o que se conhecia de Europa. O elemento magnésio é tido como presente à superfície, mas tem uma assinatura espectral fraca, e o terceiro grupo de leituras não viu nenhuma relação igualmente. De facto não era consistente com nenhum dos sais minerais previamente associados com Europa. Quando o terceiro grupo foi mapeado na superfície sobressaiu do 'chaos terrain'. O resultado mais importante desta pesquisa foi entender que estes materiais são de Europa, porque são claramente relacionados com áreas com recente actividade geológica.
A composição dos depósitos continua a não ser evidente. Pensamos que estamos a olhar para sais deixados após uma grande quantidade de oceano tenha transbordado e depois evaporado. Podem ser como os grandes lagos salgados que há em várias regiões do mundo, em que a composição química dos sais reflectem quaisquer materiais que estivessem dissolvidos na água antes de evaporarem.
Depósitos similares em Europa podem providenciar uma vista para os oceanos abaixo. Se sugerissem uma área em Europa onde a água do oceanos tivesse recentemente derretido e deixado os seus químicos à superfície, seria isso. Se algum dia podermos testar e catalogar a química encontrada aqui, talvez aprendamos algo que se esteja a passar no oceano de Europa e talvez até encontrar componentes orgânicos, que seria muito excitante.
A 1600 milhões de km da Terra, a sonda Cassini navega na órbita de Saturno. Desse lugar, a Terra não é mais que um minúsculo ponto de luz, ao contrário das estrelas que circulam o grandioso planeta dos anéis.
Cassini orbita Saturno desde 2004, e já fez dezenas de vôos sobre as intrigantes luas deste planeta. O seu próximo encontro com Encelado será a 28 de Outubro de 2015 e promete resultados novos e excitantes.
Encelado tem uma paisagem ostensiva, gelada, cheia de canyons profundos denominados 'listas de tigre'. Sob o seu exterior gelado fica um oceano global, aquecido pelas forças de maré de Saturno e um outro satélite, Dióne, com caldeiras submarinas a expelir água a pelo menos 90ºCelcius. Plumas de vapor e partículas de gelo são atiradas da sua superfície por uma espécie de geisers, dando a entender que há muito mais para além do que a vista alcança.
Cassini irá passar pelos jactos localizados no pólo sul do satélite a somente 45km da superfície.
Apesar de a 28 de Outubro não se ir fazer o voo mais próximo de sempre sobre Encelado, será o mais próximo de sempre sobre as plumas de vapor. Explorar-se-á aquela região como nunca foi feito anteriormente.
E o que causa aquelas plumas e porque é que são tão importantes? Os vastos oceanos subterrâneos de Encelado poderão ser escaldantes e cheios de gás. Quando o gás e as partículas de gelo sobem à superfície, são expelidos em plumas atiradas pelas 'listas de tigre'. Será um processo similar a agitar uma garrafa gaseificada; o gás só tem uma saída.
No entanto as plumas são mais que gás e água: parece que contém o elementos essenciais à vida como a conhecemos. Isto leva-nos à excitante possibilidade que organismos semelhantes aos que estão nos nossos oceanos perto a caldeiras vulcânicas, que expelem dióxido de carbono e sulfureto de hidrogénio possam existir em Encelado. Apesar de ser demasiado cedo para especular sobre a complexidade de vida do satélite, os cientistas especulam que vida microbiana é uma possibilidade real.
No futuro, uma sonda diferente passará no sistema solar e visitará Encelado. Essa nave seria desenhada para aterrar perto das 'listas de tigre'. Uma sonda com essas características seria capaz de tirar amostras directamente, passando pelas plumas. Idealmente seria capaz de retirar amostras das bermas das 'listas' e eventualmente assegurar uma maior facilidade de recolha.
Até lá, voar perto, será o melhor que podemos fazer. E esperemos que se faça muito bem.