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O rover Opportunity está no 'Marathon Valley' na orla Oeste da Cratera Endeavour conduzindo pesquisa ao nível do solo na procura de minerais argilosos, antes de se colocar na posição de Inverno no lado sul do vale.
O rover completou um teste de 9 dias usando o sistema de ficheiro da memória flash no Sol 4155 (1 de Out., 2015). No Sol 4154 (30 de Set., 2015), um problema relacionado com um 'reset' da memória Flash não permitiu ao Rover que guiasse nesse Sol.
No Sol 4155 (1 de Out., 2015), o Rover voltou ao uso de uso exclusivo de memória RAM (sem armazenamento Flash) e guiou o que estava originalmente planeado para aquele Sol, completando um total de 8.5m.
Panoramas da Navigation Camera (Navcam) foram obtidos. No Sol seguinte um alvo foi fotografado a cores com a Panoramic Câmera (Pancam). No Sol 4157 (3 de Set., 2015), o rover opportunity guiou novamente, zig-zaguiando de modo a evitar obstáculos. Mais panoramas coloridos foram adicionados. No Sol seguinte mais panoramas Navcam foram obtidos. No Sol 4159 (5 de Set., 2015), o rover moveu-se novamente para este, viajando 14.5m.
Tal como nas mais recentes deslocações, panoramas Pancam e Navcam foram obtidos.
No Sol 4161 (7 de Set, 2015), a produção de energia solar era 327 watts-hora com uma opacidade atmosférica (Tau) de 0.553 e com o factor de poeira no painel solar de 0.569.
A odometria total é de 42.59Km, mais que uma maratona.
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Uma equipa de investigadores da Universidade de Bristol and Sussex, em colaboração com Ultrahaptics construíram o primeiro raio de tracção sónico do mundo que pode fazer levitar objectos e movimenta-los, usando ondas sonoras.
Raios de tracção são misteriosos raios que podem agarrar e transportar objectos. O conceito tem sido usado por escritores de ficção cientifica, e programas como Star Trek, mas tem vindo a fascinar cientistas e engenheiros. Investigadores construíram um raio de tracção funcional que usa ondas sonoras de grande amplitude de forma a gerar um holograma acústico que pode agarrar e mover pequenos objectos.
A técnica, publicada na Nature Communications, pode ser desenvolvida para uma grande abrangência de aplicações, como por exemplo; um producto sónico poderia transportar objectos delicados e montá-los, tudo sem contacto físico. Por outro lado, uma versão miniturizada pode agarrar e transportar cápsulas médicas ou micro instrumentos cirúrgicos através de tecido vivo.
O principal estudante e autor, disse; 'Foi uma experiência incrível, a primeira vez que vimos um objecto colocado no lugar por um raio de tracção. Todo o meu trabalho compensou, é brilhante.'
Bruce Drinkwater, professor da Ultrasonics na Universidade de Bristol, departamento de engenharia mecânica, acrescentou: 'Todos sabemos que as ondas sonoras têm um efeito físico. Mas nós conseguimos atingir um controle de som nunca atingido previamente.'
Sriram Subramanian, Professor de Informática na Universidade de Sussex e co-fundador da Ultrahaptics, explicou: 'No nosso aparelho, manipulámos objectos a meio do ar e aparentemente contrariámos a gravidade. Aqui nós controlamos individualmente dezenas de colunas que nos dão uma solução optimizada para gerar um holograma acústico que possa manipular múltiplos objectos em tempo-real sem contacto.'
Os investigadores usaram uma matriz de 64 colunas miniaturas para criar um campo de alta intensidade de ondas sonoras. O raio de tracção funciona rodeando o objecto com som de alta intensidade e isto cria um campo de forças que mantém os objectos no lugar. Ao controlar cuidadosamente as colunas o objecto pode ser colocado no lugar, mantido ou rodado.
A equipa demonstrou que três diferentes formas de força acústica funcionam como um raio de tracção. O primeiro é um campo de forças acústico que age como um par de dedos. O segundo age como um vortex em que o objecto fica encalhado e preso no centro e o terceiro é melhor descrito como uma gaiola de alta intensidade que rodeia e o mantém no lugar.
Trabalho prévio em estudos acústicos tinham de rodear um objecto com colunas, o que limita a extensão do movimento e restringe muitas aplicações.
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Uma equipa de cientistas da NASA resolveu um mistério duradouro das missões Apollo à Lua - a origem da matéria orgânica nas amostras lunares que vieram para a Terra. Amostras do solo Lunar trazidas de volta pelos astronautas Apollo, contém baixos níveis de matéria orgânica na forma de aminoácidos. Certos aminoácidos são constituintes principais de proteínas, moléculas essenciais à vida, usadas para construir estruturas como cabelo, pele e regular reacções químicas.
Sendo que a Lua é um lugar que não comporta nenhuma forma de vida conhecida, os cientistas sempre acharam que a matéria orgânica nunca poderia ter vindo da Lua. Em vez disso, eles acreditam que os aminoácidos podem ter vindo de quatro fontes distintas.
Primeiro, e uma vez que traços de vida estão presentes em todos os lugares da Terra, os aminoácidos podem ser simplesmente contaminação de fontes presentes na Terra, seja de material que foi trazido da Lua pelas diferentes missões, ou contaminação introduzida enquanto as amostras estavam a ser manuseadas de volta à Terra
Segundo, o escape do motor dos módulos lunares contém moléculas precursoras a serem usadas para construir aminoácidos (como cianeto de hidrogénio (ou HCN). Esta contaminação pode produzir aminoácidos durante a análise de amostras lunares em laboratório.
Terceiro, o vento solar - um pequeno jacto de gás condutor eléctrico continuamente superado da superfície do Sol - contém elementos usados para fazer aminoácidos, como hidrogénio, carbono e nitrogénio. Tal como a contaminação do escape do módulo lunar, material trazido pelo vento solar, pode produzir aminoácidos durante o trabalho de amostra.
Quarto, reacções químicas dentro de asteróides fazem aminoácidos. Fragmentos de colisões de asteróides caiem ocasionalmente na Terra como meteoritos, trazendo os seus aminoácidos extra-terrestres com eles. A superfície Lunar é frequentemente bombardeada por meteoritos e pode ter aminoácidos de asteróides igualmente.
As pessoas sabiam que os aminoácidos estavam nas amostras lunares, mas não sabiam de onde tinham vindo.
Os cientistas nos anos 70 sabiam quais as questões a fazer e tentaram responde-las, mas eram limitados pelas capacidades analíticas daquele tempo. Já temos a tecnologia agora e conseguimos determinar que a maioria dos aminoácidos vieram de contaminação terrestre, com, talvez, uma pequena contribuição de impactos meteoritos.
A equipa analisou sete amostras durante as missões Apollo guardadas nas instalações da NASA desde a sua chegada à Terra, e encontrou aminoácidos em todos eles em muito baixas concentrações (105 a 1910 partes-por-mil-milhões). Uma das novas capacidade do Laboratório Analítico de Astrobiologia Goddard foi a instrumentalização de sensores que determinam a composição isótopica de moléculas de aminoácidos. Esta capacidade deixou a equipa dizer que a contaminação terrestre foi a fonte primária do aminoácido lunar.
Isótopos são versões de um elemento; por exemplo, Carbono-13 tem um neutrão extra e é uma versão mais massiva do comum carbono-12, que reage um pouco mais prontamente, então moléculas de aminoácidos da vida terrestre terão menos Carbono-13 comparado com aminoácidos produzidos por reacções não biológicas em asteróides.
Isto foi o que a equipa encontrou numa das amostras lunares que foram suficientemente abundantes para análises isotópicas. A composição isotópica do aminoácido (glicina e alanina) têm menos Carbono-13 e parece-se mais com o de fontes terrestres e meteoritos.
Composição isotópica também ajudou a excluir o vento solar como fonte, uma vez que o vento solar tem muito mais carbono-13 do que foi encontrado na amostra.
Também se o vento solar fosse responsável pelos aminoácidos, então as amostras retiradas da superfície lunar, que tinham uma alta exposição ao vento solar, deveriam ter uma grande abundância de aminoácidos do que amostra retiradas abaixo da superfície. Isto é o oposto do que foi encontrado - as amostras mais profundas, mais protegidas do vento solar, tinham a maior parte dos aminoácidos.
Um resultado semelhante aos aminoácidos ajudam a excluir o escape do módulo lunar como fonte. Se a contaminação pelo escape do módulo produzisse aminoácidos, então uma amostra retirada do módulo da Apollo 17 deveria ter mais aminoácidos do que uma amostra retirada longe do módulo. No entanto, a equipa descobriu que uma amostra retirada a 6,5Km tinha uma abundância de aminoácidos semelhante às que tinham sido retiradas sob o módulo.
A capacidade de determinar a orientação de uma molécula de aminoácido, foi outra nova capacidade do Laboratório Goddard que lhes permitiu descobrir a origem dos aminoácidos lunares. Moléculas de aminoácidos podem ser construídas em duas versões - esquerda e direita - que são imagens espelhadas delas, como as nossas mãos.
A vida terrestre usa a versão esquerda, enquanto a química não biológica produz a versão esquerda e direita em quantidades iguais. Nas amostras, a equipa descobriu que a versões esquerda eram muito mais comuns que as versões direita, por alguns aminoácidos usados para fazer proteínas. Uma vez que a vida usa a versão esquerda, fica a sugestão de ter sido a vida terrestre a origem destes aminoácidos.
Apesar dos aminoácidos virem provavelmente da Terra, a equipa não pode excluir o contributo dos meteoritos porque encontraram alguns aminoácidos extremamente raros na biologia terrestre e que são comuns em meteoritos. A descoberta sugere que os meteoritos têm uma pequena contribuição aos aminoácidos encontrados na superfície lunar.
Esta investigação tem importantes implicações em futuras missões que procuram matéria orgânica extra-terrestre e que possa estar presente, em muito pequenas quantidades, em futuras amostras.
As próximas missões enfatizam que as análises devem considerar, não só contaminação, mas também poderão incluir 'amostras testemunha' que gravam o ambiente e contaminação potencial quando uma missão é lançada para entender a prévia e inevitável contaminação.
Esta será a lição aprendida pela sonda da NASA, Osiris-Rex, que será lançada em 2016 para devolver amostras prístinas do asteróide Bennu em 2023.
As amostras Apollo foram obtidas entre 1969 e 1972 e a preservação das amostras permitiu identificar as origens de aminoácidos detectados nas amostras, uma questão que os investigadores originais foram incapazes de resolver.
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Um estudo publicado pela Astrophysical Journal Letters, cientistas da Universidade de New Hampshire (UNH) responderam a questões sobre a Voyager 1, quando se tornou a primeira sonda a entrar no espaço interestelar em meados de 2012, e observou o campo magnético, que era inconsistente com o que já tinha sido observado por outras sondas.
A Voyager 1 enviou diferentes indicações sobre a passagem dos limites da nossa bolha solar protectora, aumentada pelo vento solar - helioesfera - após uma jornada de 35 anos. Mas os dados do campo magnético reunidos pela sonda, não foram o que os cientistas estavam à espera. O estudo da UNH resolveu as inconsistências.
Aparentemente ainda existem não crentes da chegada à heliopausa - limite da helioesfera - da Voyager 1, e a razão para esta duvida vem do facto de não se ter assistido a uma mudança significativa do campo magnético solar.
Acrescenta-se ao mistério, o facto de os pesquisadores observarem que a direcção do campo magnético em campo interestelar estavam desviados num ângulo de 40 graus acima do que era esperado. Alguns cientistas postularam que esse desvio era uma indicação que a Voyager 1 ainda estaria dentro da heliopausa.
Investigadores resolveram as discrepâncias usando a triangulação de quatro dados diferentes reunidos por outras sondas, incluindo a missão Interstellar Boundary Explorer (IBEX) que em 2009 descobriu um misterioso arco de energia e partículas, que se crêem ser associados com o campo magnético interestelar.
Os cientistas descobriram que a Voyager 1 mediu o campo magnético movendo a agulha do compasso com os pontos cardeais dados pelo arco IBEX - o centro do arco é a direcção do 'verdadeiro norte magnético' para o prístino campo magnético interestelar.
Os estudos mostram que a direcção inicial do campo magnético observado pela Voyager 1 é deflectido pela heliopausa, como um elástico enrolado numa bola de praia. Logo, a nave move-se através de uma região especial do espaço onde os campos magnéticos são afastados do verdadeiro norte magnético. Isto significa que a Voyager 1 cruzou a heliopausa em 2012, mas ainda está a atravessar esta 'lamacenta' região do campo magnético e não alcançará a região 'limpa' do espaço interestelar até 2025.
As análises da UNH confirmam duas coisas pela primeira vez: que o centro do arco IBEX é a direcção do campo magnético interestelar, e, em segundo, que a Voyager 1 está agora para lá da heliopausa.
Com as recentes descobertas, os cientistas sabem agora que terão de esperar mais uma década até que a Voyager entre no espaço interestelar, e que está para além do alcance do nosso sol. Desde a idade espacial que a humanidade nunca passou para o lado de lá e explorou este longínquo e novo ambiente.
Qual é a natureza do ambiente galáctico no que toca a raios cósmicos e campo magnético? Estaremos a começar a idealizar o que será realmente o nosso ambiente intergaláctico e poderemos ligar os ambientes que vêm a seguir, na nossa galáxia?
Quando a Voyager 1 cruzar a próxima fronteira seremos levados a sondar muitos novos mistérios desconhecidos.