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A 9 de Novembro de 2005, há 10 anos, a Venus Express da ESA deixou a Terra para uma viagem de 153 dias. A nave passou oito anos a estudar o planeta em detalhe antes de a missão terminar em Dezembro de 2014. Uma das missões, apontava à observação da atmosfera do planeta continuamente, em longos períodos, com a tentativa de entender o seu comportamento dinâmico.
A atmosfera é a mais densa de todos os planetas rochosos, e é composta quase inteiramente de dióxido de carbono. O planeta está também embrulhado numa espessa camada de nuvens feitas maioritariamente de ácido sulfúrico. Esta combinação de gases de estufa e a permanente camada de nuvens, levaram a um aquecimento global, deixando a superfície de Vénus extremamente quente - mais de 450ºC - e escondida dos nossos olhos.
Apesar de os ventos à superfície serem extremamente lentos, de poucos quilómetros hora, a densidade atmosférica no solo é tão grande, que exercem uma força maior que o vento mais rápido conseguiria na Terra .
Ventos nas nuvens a 65 Km de altura são uma historia completamente diferente. Os ventos de altitude sopram a 400 Km/hora, 60 vezes mais rápido que a própria rotação do planeta. Isto causa uma dinâmica especial e rapidez de efeitos na camada superior da atmosfera, sendo uma das mais proeminentes, os 'vórtices polares'.
Os vórtices polares levantam-se por haver mais luz solar a baixas latitudes. Como o gás a baixas altitudes aquece e sobe, movendo-se para os pólos onde o ar mais frio o faz baixar. A convergência de ar no pólo acelera e afunda em espiral, como água a cair num buraco.
No centro do vórtice polar, o ar que se afunda puxa as nuvens para baixo vários quilómetros, para altitudes onde a temperatura de atmosfera é mais alta. O 'olho central dó vórtice' pode assim claramente ser vista através do mapeamento de luz termal-infravermelha, que mostra a temperatura do topo das nuvens: as nuvens no centro do vórtice são de uma temperatura mais elevada, indicam os tons amarelos, que o das regiões circundantes e, assim, ficar claramente fora destas imagens.
A Venus Express mostrou que os vórtices polares de Vénus estão entre os mais variáveis do sistema solar. Esta série de imagens do pólo sul de Vénus foram tirados com o instrumento VIRTIS desde Fevereiro de 2007 (topo esquerdo) a Abril de 2008 (fundo direito).
A forma deste centro do vórtice, que tipicamente mede 2000Km-3000Km, muda dramaticamente enquanto é fustigada por ventos turbulentos. Pode parecer-se com 'S', um '8', uma espiral, um olho, ou mais, mudando rapidamente de um dia para o outro.
Cada uma destas imagens abrangem aproximadamente 4000 Km.