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Segundo Sol Pode Aparecer a Qualquer Momento

11.01.16

 




Cientistas dizem que Betelgeuse, uma estrela a 640 anos-luz da Terra, irá explodir em breve. Nikolai Chugai, chefe no departamento de Variáveis Estelares e Espectrografia Astrononómica da Academia Russa de Ciências, Instituto de Astronomia partilha a sua visão com o correspondente da RIA Novosti, Samir Shakhbaz, acerca das possíveis ameaças e impacto que esta estrela poderá causar ao nosso planeta.

Samir Shakhbaz: Boa tarde, Sr. Chugai. Um cientista Australiano diz que a estrela Betelgeuse irá explodir. Betelgeuse está a 640 anos-luz, o que é muito perto ao nível de distâncias espaciais. A explosão será extremamente poderosa e seremos capazes de a observar a supernova da Terra. O que ouviu acerca desta notícia? É de interesse legítimo para a comunidade cientifica?

Nikolai Chugai: De momento não podemos dizer com certeza quando irá explodir. Mas sim, Betelgeuse está a tomar as atenções dos astrofísicos por um número de razões. A primeira de todas é a de que é uma das mais brilhantes Estrelas vermelhas super gigantes.

S.S.: Quão maior é que o Sol?
N.C.:
 Se estamos a falar acerca de estrelas visíveis, o Sol é menos 26 mas isso não lhe dirá muito. É mais útil falar acerca da sua luminosidade. Betelgeuse é cerca de 100,000 vezes mais brilhante que o Sol. Nós sabemos que Betelgeuse é uma estrela enorme. Tem dez a quinze vezes mais massa que o Sol, sendo assim uma estrela vermelha super gigante. Isto também significa que a estrela está perto do fim da sua vida.

Durante a sua vida foi uma estrela azul super gigante, como Rígel (Beta Orionis). Existiu durante dezenas de milhões de anos como uma estrela azul super gigante, e tornou-se uma estrela vermelha super gigante somente nos últimos 100,000 anos. Betelgeuse é na realidade a estrela mais brilhante na constelação de Orion no céu de Inverno.

S.S.: Podemos vê-la da Terra a olho nu?
N.C.:
 Sim, claro. Está entre as estrelas mais brilhantes do céu de Inverno. Os astrofísicos sabem que quando uma estrela se torna vermelha super gigante, é porque está prestes a explodir. Já observámos supernovas, por exemplo, na Constelação de Touro, que deu origem à Nebulosa de Caranguejo.

Em 1604, Kepler testemunhou outra Supernova, a última visível que foi visível na nossa galáxia. No entanto, sabemos que outra supernova na constelação de Cassiopeia apareceu 100 anos depois da que foi vista por Kepler, mas por alguma razão, não foi visível na Europa. Provavelmente ocorreu no Outono ou no Inverno, quando o céu estava nublado.

Quanto a Betelgeuse, os astrofísicos adorariam vê-la explodir e transformar-se em supernova, mas isso pode acontecer a qualquer altura no curso dos seus 100,000 anos como uma estrela vermelha super gigante. E não sabemos se estamos no início, meio ou fim deste período.

S.S.: E pode a estrela já ter explodido mas os raios de luz ainda não tenham chegado até nós?
N.C.:
 Também é possível. Betelgeuse está a 640 anos luz da Terra, então leva à luz de Betegeuse 640 anos a chegar até nós.

S.S.: Noutras palavras, pode já ter explodido mas ainda não vê-mos os efeitos. Pode a energia e partículas emitidas da supernova,colocar a Terra em perigo? Devemos ter medo?
N.C.:
 Não, não creio que haja nada a ter medo. Testemunharemos uma luz rápida, um flash, que durará durante anos. Mas mesmo no seu ponto mais forte, será tão brilhante quanto a Lua - nunca, de modo algum, tão brilhante como o Sol. Há vários tipos de supernovas, e sabemos que esta será de tipo dois.

Também sabemos qual será a sua luminosidade máxima; já vimos outras semelhante noutras galáxias. Será suficientemente brilhante para iluminar o céu nocturno, tanto quanto uma Lua o faz.

Quanto aos raios-gama ou partículas de alta energia, não há qualquer razão para preocupação. Não temos nada para nos preocuparmos antes das ondas de choque atingirem a Terra, e isto não acontecerá por muito tempo. Irá expandir-se a uma velocidade bem mais baixa que a velocidade da luz. Leva à luz 640 anos para chegar à Terra, algo a viajar centenas de vezes mais lentamente irá levar muito tempo a chegar até nós.

S.S.: Tanto quanto entendo, há muitos tópicos de pesquisa potenciais para escolher no vosso campo. Porquê focarem-se nas supernovas?
N.C.:
 Primeiro, uma supernova é somente um fenómeno espantoso. Aparte do nascimento do universo, é uma das mais poderosas explosões no universo em termos de energia libertada. Imaginamos o mecanismo por detrás destas explosões. Sabemos que as estrelas explodem quando as suas vidas expiram e sabemos também que há dois tipos de supernovas.

Há muitas razões para achar interesse nas supernovas. Por exemplo, as supernovas desempenham um papel decisivo na formação dos elementos do universo. Quando o universo nasceu, como resultado do Big Bang, era inicialmente composto de somente dois elementos, hidrogénio e hélio. Estes elementos juntos, não puderam produzir planetas, corpos sólidos de vida.

Mas quando sujeitos a processos termonucleares dentro das estrelas, eles combinam-se para criar novos elementos. Quando as estrelas morrem, eles explodem, ejectando estes novos elementos, criados como um resultado de fusão termonuclear, para o espaço. É então, num sentido bem real, que devemos a nossa própria existência à existência de supernovas.

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publicado às 08:24


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