Esta imagem de alta resolução mostra a linha de costa de Sputnik Planum em Plutão |
Estão ainda a chegar imagens da sonda New Horizons da NASA e da sua passagem por Plutão a 14 de Julho passado, e uma das maiores surpresas vem de uma região informalmente chamada de Sputnik Planum. Há uma falta de crateras na sua superfície, tornado-a uma área única em Plutão e um lugar raro no sistema solar - parece que de facto poderá ser efectivamente um terreno muito jovem.
'O que fiz foi tirar fotografias que tínhamos visto - as imagens fantásticas - e calcular, baseado no ambiente orbital de Plutão, qual seria o rácio de impacto e, assim sendo, qual seria a idade da superfície de Sputnik Planum,' escreveu o cientista planetário, David Triling, num e-mail à Discovery News.
'Tem existido montes de comunicados de imprensa descrevendo vários aspectos de Sputnik Planum, mas, tanto quanto sei, esta é a primeira vez que a idade estimada de 10 milhões de anos ou menos, aparece em literatura,' adicionou Trilling, um professor assitente de física e astronomia da Universidade de Arizona.
- Gelo de Nitrogenio na superfície pode estar a 'relaxar' se for viscoso,livrando-se de quaisquer crateras criadas por meteoróides;
- Gelo no fundo pode estar a subir, substituindo o gelo no topo, como o funcionamento das lâmpadas de lava;
- O gelo pode estar parcialmente derretido no fundo e de tempos a tempos, gerar uma erupção que vem à superfície na forma de crio-lava.
Quanto ao sítio de onde os meteoritos estão a vir, Trilling diz que Plutão está numa zona cheia de pequenos objectos do Cinturão de Kuiper. De tempos a tempos estes pequenos corpos colidem contra Plutão. A matemática de Trilling mostra que isto acontece a cada 10 milhões de anos, o que explicaria o porquê de Sputnik Planum parece tão jovem.
A pesquisa de Trilling está sobretudo focada em asteróides perto da Terra, mas Plutão captou a atenção não só pelas imagens 'espantosas', mas também pela ausência de crateras. Ele também tem esperança que a New Horizons seja levada a procurar outros objectos no Cinturão de Kuiper perto a 2018. Trilling estará à procura de mais 'manchas livres de impactos' para conseguir mais informação acerca da evolução do sistema solar.