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O cientista de computação universitário Moshe Vardi espera que durante os próximos 30 anos as máquinas possam fazer quase todos os trabalhos que os humanos fazem actualmente. Em antecipação ele está a questionar os seus colegas acerca das implicações sociais. Pode a economia global adaptar-se a mais de 50% de desemprego? Será que aqueles que não trabalham se poderão contentar com uma vida de lazer?
'Aproximamo-nos de um tempo em que as máquinas serão capazes de ultrapassar a performance de um humano em quase todas as tarefas,' diz Vardi. 'Acredito que a sociedade precisa ser confrontada com esta questão antes que ela se depare perante nós: se as máquinas são capazes de fazer quase todo o trabalho humano, o que iremos nós humanos fazer?'
Vardi irá falar sobre este assunto, Domingo, 21 de Fevereiro, na apresentação de "Robôs inteligentes e o seu impacto na sociedade", num dos maiores e mais prestigiados encontros científicos - o encontro anual da Associação Americana para o Avanço Cientifico em Washington, D.C..
"A questão que quero avançar é a seguinte, 'Será que a tecnologia que estamos a desenvolver beneficia em última análise a humanidade?'" pergunta Vardi. Ele irá apresentar as provas que sugerem que o ritmo de avanço no campo da inteligência artificial (IA) está a aumentar, mesmo com a robótica já existente e como as tecnologias de IA estão a eliminar um crescente número de empregos da classe média e, assim sendo, conduzindo a uma desigualdade salarial.
Vardi é membro da Academia Norte-América de Engenharia e da Academia Americana de Ciência.
Vardi refere que algumas pessoas acreditam que os futuros avanços em automação irão no limite beneficiar os humanos, tal como a automação beneficiou a sociedade desde o alvorecer da revolução industrial.
'Uma resposta típica é a de que as máquinas farão todo o nosso trabalho, e nós ficaremos livres de seguir o nosso caminho de lazer,' diz Vardi. Mas mesmo que o sistema económico mundial possa ser reestruturado de modo a permitir que milhares de milhões de pessoas possam viver a sua vida de lazer, Vardi questiona sobre se isso iria beneficiar a humanidade.
'Eu não vejo nisso um futuro promissor, tal como não encontro qualquer perspectiva de 'só ter lazer' como apelativo. Acredito que o trabalho é essencial ao bem estar do homem,' disse.
"A humanidade está prestes a enfrentar talvez o seu maior desafio de sempre, que é encontrar sentido para a vida após o fim do 'com o suor do teu rosto comerás o teu pão,'" disse Vardi. "Precisamos estar à altura das circunstâncias e enfrentar o desafio" antes que o trabalho humano se torne obsoleto, disse.
Vardi foi para a faculdade de Ryce em 1993. A sua pesquisa principal centra-se na aplicação de lógica à ciência computacional, sistemas de dados, teoria da complexidade, sistemas de agente múltiplo e especificação e verificação de hardware e software. Ele é o co-autor de mais de 500 artigos técnicos e de dois livros, 'Raciocinando Sobre Conhecimento' e 'Teoria de Modelos Finitos e as suas Aplicações.'