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![]() O dispositivo CID tem a capacidade de detectar objectos escuros até atrás de Sirius, a estrela mais brilhante da nossa galáxia. A imagem 'a' mostra o campo de Sirius e as coordenadas do céu a verde. Os pontos vermelhos representam objectos já catalogados. A linha vermelha representa o movimento de Sirius. A imagem 'b' mostra objectos sumidos detectados perto de Sirius. |
Uma das maiores procuras da astrofísica, é encontrar planetas tipo-Terra à volta de outras estrelas - lugares onde a vida possa existir. Os telescópios normais não são bons para efectuar imagens directas desses pequenos objectos devido à luz da estrela hospedeira que anulam a luz reflectida mais fraca de potenciais planetas. Mas um novo desenvolvimento na fotografia espacial poderá resolver este problema incómodo.
Um estudo elaborado por Daniel Batcheldor do Instituto de Tecnologia da Flórida demonstrou que um aparelho de injecção de carga, ou CID, tem a capacidade de capturar luz dos objectos, dezenas de milhões de vezes mais desmaiados que qualquer outro objecto na mesma fotografia.
Um exoplaneta próximo a uma estrela brilhante é um desses exemplos. Esta capacidade é um resultado sobre o modo como o CID é usado como um tipo de câmara: cada píxel individual trabalha independentemente e usa um sistema de indexação especial. Os píxeis muito brilhantes são ligados rapidamente, enquanto aos mais desmaiados é permitido continuar a ligar a luz mais fraca.
'Se esta tecnologia pode ser adicionada a futuras missões especiais, poderá ajudar-nos a realizar algumas descobertas profundas que terão em conta o nosso lugar no universo,' disse Batcheldor. As descobertas do estudo foram reportadas a 18 de Janeiro de 2018, na edição das Publications of the Astronomical Society of the Pacific.
Para estudar exoplanetas em detalhe, os cientistas são forçados a fazer observações deste objectos de pouco brilho próximo a estrelas brilhantes. A situação é muitas vezes descrita como um candeeiro próximo a um farol com problemas, apesar de na realidade ser milhares de vezes pior. 'A instrumentação tecnológica actual é muito complexa e dispendiosa e ainda longe de conseguir imagens directas de planetas tipo-Terra,' disse Batcheldor.
Com a competência da Sociedade Astronómica Americana, Batcheldor e diversos alunos licenciados em física e do Departamento de Ciências Espacias, lideraram o estudo usando um CID de 0.8 metros, no telescópio Ortega na Florida.
Eles foram capazes de encontrar objectos 70 milhões de vezes mais ténues, através do brilho de Sirius, a estrela mais brilhante do nosso céu nocturno. Isto é mil vezes melhor do que qualquer câmara astronómica amadora.
O facto de um objecto ténue possa ser detectado com precisão através da menos que ideal, espessa atmosfera da Florida, tornam as observações com o CID mais excitantes.
Os planos de Batcheldor planeiam testar o CID mais ao longo do ano num telescópio no Arquipélago das Canárias, e um protótipo para o CID é esperado para testes na Estação Espacial Internacional mais para o final do ano. Em ambos os casos os CIDs serão construídos pela Thermo-Fisher Scientific.
A solução de Batcheldor é de interesse potencial para os cientistas por ser relativamente barata comparada com outras ideias, como um ocultador externo, do tipo de anulador de estrelas, que pode requerer múltiplos e complicados componentes trabalhando em conjunto no espaço, de modo a conseguir um vislumbre de meramente uns pequenos, exoplanetas do tamanho da Terra.
'Pessoalmente, gosto de soluções simples e para-a-frente, especialmente quando há um problema complexo,' disse. 'O CID é capaz de olhar para um a fonte de luz muito brilhante, ao lado de uma fonte de luz ténue e não experienciar uma grande degradação de imagem que ocorreria numa experiência normal com a câmara típica.'