Três cumes em Titã conhecidos como Mithrim Montes têm o maior pico da lua Saturniana

O maior cume de Titã sobe quase a 3,350 metros de altitude, para os céus de névoa da lua gigante de Saturno, sugerem novas observações da nave Cassini da NASA.

Imagens e dados de radar obtidos pela Cassini da montanha de 3,337 metros duma cadeia montanhosa equatorial chamada Mithrim Montes, mostram o pico mais elevado, anunciaram cientistas da missão nos EUA.

'Não é somente o ponto mais elevado que vimos até agora em Titã, mas pensamos que será o ponto mais elevado que iremos provavelmente encontrar,' disse Stephen Wall, da equipa Cassini da NASA.

Algumas montanhas de 3,050 metros encontram-se na superfície de Titã, a maioria em pontos perto do equador. A existência de tais montanhas sugerem que as forças tectónicas poderão estar a moldar as formas das paisagens desta lua de 3,200 metros de comprimento, dizem os pesquisadores.

'Há muito valor no exame da topografia de titã num sentido mais global e abrangente, dado que nos fala acerca de forças que interagem há superfície desde as profundidades até bem acima,' refere o líder do estudo Jani Radebaugh, da Universidade de Young Brigham, no Utah.

This map of Saturn's moon Titan show mountains named by the International Astronomical Union. Image released March 24, 2016.
Este mapa de Titã mostra as montanhas batizadas pela União Astronómica Internacional
 
Titã, a misteriosa lua coberta por nevoeiro, é o maior satélite de Saturno. Infografia (em inglês)

Já o que pode estar a fazer mover as montanhas de Titã, permanece um mistério, dizem os cientistas; possíveis fontes de energia poderão ser a atracção gravitacional de Saturno, o arrefecimento da crosta gelada de Titã ou peculiaridades na sua rotação.

Titã está rodeado por uma espessa atmosfera de nitrogénio, como a Terra. Titã é o único corpo do sistema solar, para além da Terra, a ter um líquido estável à superfície - apesar de os lagos de Titã e mares serem compostos de hidrocarbonetos, e não água.

De facto, se a vida existe em Titã, será com certeza muito diferente da da Terra, devido à preponderância de hidrocarbonetos e falta de água líquida, diz a maioria dos cientistas.

Titã terá provavelmente água líquida, e muita, mas está abaixo da superfície, enterrada bem dentro da lua, num oceano global escondido na subsuperfície. Cientistas estimam que a camada rochosa do satélite é composta por gelo de água, o que será sempre bem mais suave que a camada rochosa que compõem a Terra; isto ajuda a explicar o porquê de as montanhas de Titã não serem tão altas quanto o monte Everest, e outras montanhas da Terra.

A missão Cassini de 3,200 milhões de dólares, um esforço conjunto da NASA e ESA e a Agência Espacial Italiana, lançada em 1997, chegou a Saturno em 2004.

A nave mãe, Cassini, levava uma sonda Huygens que aterrou na superfície de Titã em Janeiro de 2005 e enviou dados durante cerca de 90 minutos. Entretanto a Cassini continuará a estudar Saturno e as suas muitas luas até Setembro de 2017, quando terminar a sua muito bem sucedida missão com uma queda planeada na atmosfera espessa do gigante gasoso.