O maior cume de Titã sobe quase a 3,350 metros de altitude, para os céus de névoa da lua gigante de Saturno, sugerem novas observações da nave Cassini da NASA.
Imagens e dados de radar obtidos pela Cassini da montanha de 3,337 metros duma cadeia montanhosa equatorial chamada Mithrim Montes, mostram o pico mais elevado, anunciaram cientistas da missão nos EUA.
'Não é somente o ponto mais elevado que vimos até agora em Titã, mas pensamos que será o ponto mais elevado que iremos provavelmente encontrar,' disse Stephen Wall, da equipa Cassini da NASA.
Algumas montanhas de 3,050 metros encontram-se na superfície de Titã, a maioria em pontos perto do equador. A existência de tais montanhas sugerem que as forças tectónicas poderão estar a moldar as formas das paisagens desta lua de 3,200 metros de comprimento, dizem os pesquisadores.
'Há muito valor no exame da topografia de titã num sentido mais global e abrangente, dado que nos fala acerca de forças que interagem há superfície desde as profundidades até bem acima,' refere o líder do estudo Jani Radebaugh, da Universidade de Young Brigham, no Utah.
Já o que pode estar a fazer mover as montanhas de Titã, permanece um mistério, dizem os cientistas; possíveis fontes de energia poderão ser a atracção gravitacional de Saturno, o arrefecimento da crosta gelada de Titã ou peculiaridades na sua rotação.
Titã está rodeado por uma espessa atmosfera de nitrogénio, como a Terra. Titã é o único corpo do sistema solar, para além da Terra, a ter um líquido estável à superfície - apesar de os lagos de Titã e mares serem compostos de hidrocarbonetos, e não água.
De facto, se a vida existe em Titã, será com certeza muito diferente da da Terra, devido à preponderância de hidrocarbonetos e falta de água líquida, diz a maioria dos cientistas.
Titã terá provavelmente água líquida, e muita, mas está abaixo da superfície, enterrada bem dentro da lua, num oceano global escondido na subsuperfície. Cientistas estimam que a camada rochosa do satélite é composta por gelo de água, o que será sempre bem mais suave que a camada rochosa que compõem a Terra; isto ajuda a explicar o porquê de as montanhas de Titã não serem tão altas quanto o monte Everest, e outras montanhas da Terra.
A missão Cassini de 3,200 milhões de dólares, um esforço conjunto da NASA e ESA e a Agência Espacial Italiana, lançada em 1997, chegou a Saturno em 2004.
A nave mãe, Cassini, levava uma sonda Huygens que aterrou na superfície de Titã em Janeiro de 2005 e enviou dados durante cerca de 90 minutos. Entretanto a Cassini continuará a estudar Saturno e as suas muitas luas até Setembro de 2017, quando terminar a sua muito bem sucedida missão com uma queda planeada na atmosfera espessa do gigante gasoso.