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Cinco meses depois da New Horizons da NASA ter passado por Plutão para tirar as primeiras fotos e medidas deste mundo gelado, e do seu sistema de satélites, o conhecimento acerca deste sistema distante continua a revelar-se.
A equipa cientifica da New Horizons continua a revelar as descobertas efectuadas na passagem por Plutão, num encontro efectuado esta semana em São Francisco na American Geophysical Union (AGU). Entre as principais descobertas, estão detalhes da geologia e composição de Plutão, bem como detalhes acerca do inesperado nevoeiro da atmosfera de Plutão e da sua interacção com o vento solar.
'Estamos a muito menos de meio caminho da transmissão de dados acerca do sistema de Plutão para a Terra, mas uma larga variedade de novos dados científicos, estão já a emergir,' disse o Investigador Principal da New Horizons, Alan Stern do Instituto de Pesquisa do Sudoeste.
Evidências geológicas foram encontradas espalhadas de actividade glacial passada e presente, incluindo a formação de redes de vales erodidos. 'Plutão tem excedido largamente as nossas expectativas, na diversidade de formação de paisagens e processos - processos que continuam presentes,' disse Alan Howard da Universidade de Virginia, colaborador cientifico com a equipa da New Horizons de geologia e geofísica.
A chave para entender a actividade de Plutão, é o papel da camada profunda de nitrogénio sólido e outros gelos voláteis que enchem o lado esquerdo do 'coração' de Plutão, uma vasta base de 1000 Km de comprimento, informalmente chamada de Sputnik Planum. Novos modelos numéricos de convecção termal na camada de gelo, não só explica as numerosas características de gelo poligonal vistas na superfície de Sputnik Planum, mas indicam que esta camada pode ter alguns quilómetros de espessura.
A evaporação deste nitrogénio e condensação em terrenos circundantes mais elevados, leva a uma corrente glacial de volta à base; modelos numéricos adicionais de correntes de gelo de nitrogenio mostram como a paisagem de Plutão foi e continua a ser transformada.
Nos últimos meses, a New Horizons enviou igualmente uma multitude de cores e dados ângulos da incrível névoa atmosférica que envolve Plutão, crescendo centenas de quilómetros acima da superfície. Para além das propriedades ópticas, a equipa cientifica está a examinar várias questões importantes acerca do extensivo nevoeiro de Plutão:onde se origina, porque forma camadas, e como varia espacialmente à volta de Plutão.
'Como quase tudo em Plutão, a névoa é muito mais complicado do que pensávamos,' diz Andy Cheng, co-investigador da New Horizons com a Universidade Johns Hopkins, Laboratório de Física Aplicada, EUA. 'Mas com os dados excelentes da New Horizons que possuímos actualmente, esperamos ter para breve um melhor entendimento.'
A New Horizons também encontrou novos e mais rigorosos limites para uma atmosfera na maior lua de Plutão, Caronte. Além disso, cientistas que estudam as observações espectrais de infravermelhos de Caronte com a LEISA a bordo da New Horizons relatam a evidência que a absorção de amónia (NH3), ocorre a um baixo nível ao longo de uma grande porção da superfície de Caronte, e não somente altas concentrações locais que foram previamente detectadas em alguns locais.
Num desses, a informalmente chamada Organa Crater, tem sido anotada como sendo especialmente rica em NH3. Ainda não é bem conhecido o que controla a distribuição do NH3 de Caronte, se vem do interior de Caronte ou tem uma fonte externa.
Os cientistas da New Horizons estão igualmente a apresentar descobertas sobre como Plutão e as suas luas interagem com o vento solar, uma corrente constante de partículas e plasma que corre do Sol e viaja ainda a 1,5 milhões de quilómetros à hora em Plutão. A atmosfera que Plutão perde actualmente, dá uma fonte de átomos neutros que podem trocar electrões com os ventos solares carregados positivamente de átomos de oxigénio (O), carbono (C), e Nitrogénio (N).
Observações da órbita da Terra, do Observatório Chandra de Raio-X, durante a sua mais curta passagem, contribuíram igualmente para o entendimento do processo em desenvolvimento. Membros da equipa procuraram por emissões de raio-x perto de Plutão para ajudar a determinar a que velocidade a atmosfera de Plutão está a ser perdida para o espaço, do mesmo modo que as emissões de raio-x são usadas para caracterizar a saída de material dos cometas.
A New Horizons, a navegar pelo espaço a mais de 14 Km por segundo, está a aproximadamente 185 milhões de quilómetros para lá de Plutão e a 5,200 milhões de quilómetros da Terra. Todos os sistemas estão bem e a funcionar normalmente.