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Rover Chinês analisa rochas lunares: Primeira nova 'verdade desolo' em 40 anos.

28.12.15

 



    O rover Yutu

Em 2013, a missão lunar não tripulada, Chang'e-3, pousou na parte norte da mare Imbrium, uma da mais proeminente base de impacto, cheia de lava, visível da Terra.

Foi um belo local de alunagem, diz Bradley L. Jolliff, PhD e professor na Universidade de St. Louis, que é um participante numa colaboração educacional que ajudou a analisar os dados da missão da Chang'e-3. A sonda pousou numa planície basáltica lisa, perto de uma relativamente nova, cratera de impacto (agora oficialmente denominada cratera Zi Wei), que escavou convenientemente a base rochosa debaixo do regolito, para o rover Yutu estudar

Desde que o programa Apollo terminou, a exploração lunar Americana tem sido realizada principalmente de órbita. Mas sensores orbitais detectaram que o regolito (a parte superficial da camada fragmentada da rocha) que escurece a Lua, é um regolito que é normalmente uma mistura de interpretação difícil.

Porque a Chang'e-3 alunou numa relativamente camada nova de corrente de lava, a camada do regolito tem uma parte fina e não misturada com detritos de outras partes. Assim, parece-se de perto com a composição da camada de rocha que existe por baixo. Esta característica torna o local uma localização ideal para análises comparativas no local detectadas por satélites em órbita.

'Agora temos um "fundo de verdade" para as nossas detecções remotas, uma amostra bem caracterizada, numa localização chave,' disse Jolliff. ' Vemos o mesmo sinal de órbita em outros locais, deste modo sabemos agora que esses outros locais provavelmente têm basaltos semelhantes.'

Os basaltos do local da Chang'e-3, também são afinal diferentes de tudo o resto que a Apollo e as missões Luna nos deram.

'A diversidade diz-nos que o manto superior da Lua é muito menos uniforme em composição do que a Terra,' disse Jolliff. 'E  relacionando a química com a idade, podemos observar que o vulcanismo lunar mudou ao longo do tempo.'

Duas parcerias foram envolvidas na recolha e análise destes dados, publicado na revista Nature Communications a 22 de Dezembro. Cientistas de um numero de instituições Chinesas envolvidas da missão Chang'e-3, formaram uma parceria; a outra foi uma já longa parceria educacional entre a Universidade Shandong em Weihai, China, e a Universidade Washington, St. Louis, EUA.

Um mistério mineralógico
A Lua, que se pensa ter sido criada por uma colisão de um planeta do tamanho de Marte com a Terra, começou como um corpo derretido, ou parcialmente derretido, que se dividiu à medida que arrefeceu em crosta, manto e núcleo. Mas a criação de calor a partir da decadência de elementos radioactivos no interior que voltou a derreter partes do manto, que começou a entrar em erupção alguns 500 milhões de anos depois da formação da Lua, derretendo crateras de impacto e bases para formar as maria, a maioria das quais estão no lado da Lua virados para a Terra.

As missões Apollo Americanas (1969-1972) e as missões Luna Russas (1970-1976) trouxeram amostras de basalto de um período de pico de vulcanismo, que ocorreu há 3,000 a 4,000 milhões de anos atrás. Mas o mare Imbrium, onde a Chang'e-3 alunou, contém algumas das mais recentes enchentes - 3,000 milhões de anos ou ligeiramente menos.

Os basaltos trazidos de volta pelas missões Apollo e Luna tinham ou um alto teor de Titânio ou um baixo valor de titânio; valores intermédios estavam em falta. Mas medidas feitas pelo espectrómetro de raio-x partículas-alfa e pela câmara hiperespectral perto de infravermelhos a bordo do rover Yutu, indicam que os basaltos na Chang'e-3 eram intermédios em titânio, como também ricos em ferro, disse Zongcheng Ling, PhD, e professor associado na Escola de Ciência Espacial e Física, na Universidade Shandong em Weihai, e principal autor do artigo.

O titânio é especialmente útil no mapeamento e entendimento do vulcanismo na Lua porque varia tanto em concentração, desde menos de 1 unidade de peso percentual TiO2 até 15 por cento. Esta variação reflecte diferenças significativas nas regiões da fonte do manto que derivam do tempo quando o primeiro oceano de magma primeiro solidificou.

Os minerais cristalizam a partir do magma basáltico numa certa ordem, explicou Alian Wang, PhD, e professor de pesquisa na terra e ciências planetárias na Universidade de Washington de Ciências e Artes.

Tipicamente, o primeiro a cristalizar são dois minerais ricos em magnésio e ferro (olivina e piroxeno) que são ambos um pouco mais densos que o magma e que se afundam através dele, então um mineral (plagioclásio feldspato), que é menos denso e flutua até à superfície. Este processo de separação por cristalização levou à formação do manto e crosta da Lua à medida que o oceano de magma arrefeceu.

O titânio terminou num mineral chamado ilmenite (FeTiO3) que normalmente não cristaliza até uma altura muito tardia, quando talvez somente 5 por cento do derretimento original se mantém. Quando finalmente cristaliza, o material rico em Ilmenite, que é igualmente denso, afunda até ao manto, formando áreas ricas em titânio.

'A distribuição variável de titânio na superfície da Lua sugere que o interior da Lua não foi homogeneizado,' disse Jolliff. 'Ainda estamos a tentar entender como é que isto aconteceu exactamente. Talvez tenha existido grandes impactos durante a fase do oceano de magma que iniciou a formação do manto.'

Outra pista do passado da Lua
A história foi outra volta que também diminui a importância de verificar os dados orbitais contra a verdade do solo. Os dados remotos detectados pela Chang'e-3 no local de alunagem mostraram que era tão rica em olivina como em titânio.

Isso não faz qualquer sentido, disse Wang, porque a olivina normalmente cristaliza cedo e a ilmenite rica em titânio cristaliza tarde. Encontrar rochas que são ricas em ambos é um pouco estranho.

Mas Yutu resolveu igualmente este mistério. Na olivina, o silício está emparelhado tanto com o magnésio ou com o ferro, mas o rácio destes dois elementos é bastante variável nas diferentes formas do mineral. A olivina formada inicialmente seria rica em magnésio, enquanto que a olivina detectada pelo Yutu tem uma composição que vai do intermédio em ferro, ao rico em ferro.

'Isso faz mais sentido.' disse Jolliff. 'porque a olivina enriquecida em ferro e a ilmenite são mais prováveis de acontecer juntas.

'Ainda tem de explicar como se tem uma rocha rica em olivina e rica em ilmenite. Uma maneira de fazer isso será misturando ou hibridizar, duas fontes diferentes,' referiu.

Os cientistas inferiram que numa fase tardia da cristalização do oceano de magma, o piroxeno rico em ferro e a ilmenite, que se formaram tarde e no limite da crosta-manto, podem ter começado a afundar e formando cedo a olivina rica em magnésio que pode ter começado a subir. À medida que ocorreu, os dois minerais podem-se ter misturado e hibridizado.

'Dados estes dados, esta é a nossa interpretação,' disse Jolliff.

De qualquer modo, é claro que estes basaltos acabados de caracterizar, revelam uma Lua mais diversa que aquela que saiu dos estudos das missões Apollo e Luna. Detecção remota sugere que há basalto mais jovem e diverso na Lua, esperando por futuras missões robóticas e humanas de exploração para investigação, disse Jolliff.

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publicado às 05:38



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