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19 de Janeiro 2016 - auto retrato da Curiosity na 'Duna Namib' |
O último auto-retrato do rover Curiosity da NASA mostra um laboratório móvel do tamanho de uma carro, ao lado de uma duna escura onde tem andado a escavar e peneirar amostras de areia.
A nova 'selfie' combina 57 imagens realizadas pela câmara MAHLI, na ponta do braço robótico da Curiosity a 19 de Janeiro. O rover tem estado a investigar um grupo de dunas de areia activas há cerca de dois meses, estudando como vento sopra e tipos de partículas de areia em Marte. O lugar faz parte do Campo Dunar Bagnold, que fica no flanco Noroeste do Monte Sharp, em Marte.
Quando as imagens foram montadas, o rover tinha escavado a ponta da 'Duna Namib' e recolhido a primeira de três amostras de areia dessa duna. Usou a sua pá mais tarde para recolher uma segunda amostra a 19 de Janeiro e uma terceira a 22 de Janeiro.
Durante o processo da terceira amostra, uma parte do aparelho do processo de análise da amostra, não actuou como esperado quando comandado. A equipa da Curiosity está a identificar possíveis razões para o procedimento do aparelho na análise.
O aparelho de processamento no braço é denominado CHIMRA, para recolha e manuseamento no local de análise de rochas marcianas. O componente que teve o comando de 'abrir', mas que não abriu, é chamado o túnel de CHIMRA. É aberto ao levar uma pancada no 'actuador', um componente motorizado que serve também para dar uma palmada firme, que ajuda a limpar o material das peneiradas. Parte da terceira amostra escavada está dentro do túnel CHIMRA após ter passado pela peneira. Se o túnel abriu através da 'palmada' do actuador como planeado, o próximo passo teria sido o de tirar uma fotografia da areia dentro dele.
'O rover respondeu propriamente a este evento inesperado,' disse Steve Lee, gestor do projecto para a Curiosity, no Jet Propulsion Lab da NASA na Califórnia. 'Parou de se mover no actuador e interrompeu o uso do braço robótico e sistema de amostragem.'
Enquanto o diagnóstico do trabalho progride, a equipa também está a continuar a usar os instrumentos de sensor remoto da Curiosity e instrumentos de monitorização ambiental. Uma parte da investigação dunar é ver a mesma localização repetidamente de modo a verificar o movimento de graus de areis causadas pelos ventos de Marte. Se o movimento ocorrer, a equipa poderá utilizar os equipamentos do rover de medição do vento para relacionar a força e direcção dos ventos que poderão causar o movimento.
Na segunda amostra da 'Duna Namib', a Curiosity usou com sucesso as duas peneiras da CHIMRA de modo a preparar as porções para análise. Estes dois procedimentos de peneiras não tinha sido usado previamente nos três anos e meio do rover em Marte.
A porção resultante foi feita de grão de areia suficientemente grandes para serem parados pela peneira com poros de 150 microns e suficientemente pequenos para passarem pela peneira com poros de 1 mm. Este tamanho de grão intermédio foi entregue ao laboratório de análise química interno do rover.
A terceira amostra teve o mesmo procedimento, mas a equipa cientifica decidiu que a porção entregue da segunda amostra era suficiente. Enquanto o rover segue após o trabalho de diagnóstico na CHIMRA, já terá terminado as suas investigações na 'Duna Namib'. A missão de examinar dunas de areia activas - a primeira de sempre a ser estudada de perto, para além das da Terra - está a providenciar informação acerca de processos dunares em condições de atmosfera muito rarefeita e de menos gravidade que a da Terra.
Pesquisadores estão a avaliar possíveis lugares para usar a broca da Curiosity de modo a recolher amostras de rochas na área.
A Curiosity atingiu a base do Monte Sharp em 2014, após investigação frutífera de camadas rochosas perto do seu local de aterragem, batendo posteriormente o terreno da montanha sedimentar. Na parte mais baixa da montanha, a missão está a estudar como o antigo ambiente de Marte mudou das condições de humidade favoráveis à vida microbiana, para condições mais duras e secas.
Área de trabalho actual da Curiosity. Aqui. |
Na sua localização actual para inspeccionar uma duna de areia activa, o rover marciano Curiosity da NASA está a adicionar alguns movimentos processuais de amostragem nunca tentados previamente em Marte. Areia da segunda e terceira amostras que o rover está a recolher da "Duna Namib" serão classificadas por tamanho de grão com duas peneiradas. A peneirada grossa será a primeira, e o seu uso também irá alterar a maneira como a amostra irá cair na porta de entrada do laboratório de análise dentro do rover.
O posicionamento do rover para agarrar um pouco de duna é igualmente um desafio. A Curiosity alcançou o seu alvo de amostra, chamada 'Gobabeb' a 12 de Janeiro.
'Era muito desafiante guiar até à encosta, para a areia inclinada e depois rodar para a melhor posição de modo a estudar a duna,' disse Michael McHenry do Jet Propulsion Laboratory da NASA, Califórnia. Ele é o planeador da missão de campanha do rover para a recolha destas amostras.
Curiosity tirou material de somente um outro local desde que aterrou em Agosto de 2012. Tirou amostras de poeira e areia de uma encosta chamada 'Rocknest de Outubro a Novembro de 2012. Entre lá e Gobabeb, o rover retirou amostras de material para análise em nove alvos rochosos, furando em lugar de apanhar.
O trabalho de missão corrente é realizar um estudo de proximidade de dunas de areia activas noutro lugar para além da Terra. 'Namib' e outros montes próximos de areia escura são parte do chamado 'Campo de Dunas de Bagnold', que fica entre o flanco Noroeste a montanha de camadas onde a Curiosity está a examinar gravações nas rochas de condições de ambientes antigos em Marte. Investigações à dunas está a dar informação acerca de como o vento se move e de várias partículas de areia em condições com muito menos atmosfera e menos gravidade do que a Terra.
Dunas de areia têm um leque variado de grãos de areia e composição dos mesmos. Classificar pelo vento irá concentrar certos tamanhos de grão e composição, porque a composição está relacionada com a densidade, baseado em onde e quando o vento esteve activo.
Gobabeb foi escolhido por incluir ondulações de areia recentemente formadas. Informações acerca destes aspectos do ambiente do Marte moderno podem também ajudar a missão a interpretar a variação da composição e padrões das ondulações em antigas rochas de arenito que se formaram do vento ou de água corrente.
A Curiosity tirou a sua primeira amostra dunar a 14 de Janeiro, mas o rover sondou a duna escavando primeiro com a roda. 'A roda ajudou a escavar dando-nos a confiança de termos areia suficiente onde estamos a pesquisar, oferecendo uma ideia sobre o lugar onde estamos e escavar onde não houver rocha por baixo da areia,' frisou McHenry.
A primeira amostra foi processada do mesmo modo que as amostras de 'Rocknest' foram: um número de complexos movimentos de uma aparelho multi-câmaras no braço do rover passam por uma peneira que filtra partículas maiores que 150 microns; algum do material que passa a peneira é largado para a porta do laboratório do aparelho; o material preso na peneira é largado no solo.
A porção é posicionada directamente sobre a porta de entrada da parte de cima do rover para deixar cair do processador do aparelho em vibração e uma porta para soltar a porção é aberta. Para além de analisar amostras nos seus instrumentos laboratoriais internos, a Curiosity pode usar outros instrumentos para examinar amostras largadas para o chão.
A Curiosity buscou uma segunda porção em Gobabeb a 19 de Janeiro. Isto quando a peneira voltou ao lugar. Permitiu a partículas até 1 milimetro que passassem.
Areia da segunda peneirada foi inicialmente alimentada na peneira de 150 microns. Material que não passou pela peneira fui passado para a peneira de 1 mm. A fracção encaminhada para o laboratório de análises que não passou na peneira mais fina, mas que passou na mais grossa.
'O que deixou foram predominantemente grãos que são mais pequenos que 1mm e maiores que 15 microns,' disse John Michael Morookian do JPL, líder da equipa de planeamento do rover para o Curiosity.
Esta fracção é deixada cair para um laboratório através de uma pequena pá, em lugar de um 'porcionador'. Morookian descreveu este passo: 'Nó iniciamos a vibração e inclinamos gradualmente a pá. O material cai pelo fim da pá, mais numa cascata que tudo de uma vez.'
A Curiosity alcançou a base do Monte Sharp em 2014 após investigações frutíferas de camadas próximas ao local de aterragem e andando posteriormente para as camadas da montanha. Na porção mais baixa da montanha, a missão está a estudar como o antigo ambiente marciano mudou da condição de água, favorável à vida microbiana, para condições mais duras e secas.
No seu caminho para as camadas mais elevadas da montanha, onde está a ser investigado como se alterou o ambiente Marciano há milhares de milhões de anos, o rover Curiosity da NASA irá retirar vantagens da possibilidade de estudar algumas dunas activas actuais de areia móvel Marcianas.
Nos próximos dias, o rover irá fazer as suas primeiras aproximações a estas dunas escuras, chamadas de 'Bagnold Dunes', que rodeiam o flanco Noroeste do 'Mount Sharp'.
Nunca um rover Marciano visitou uma duna de areia ao contrário de pequenas areais menores ou pequenas ondas de areias. A duna que a Curiosity irá investigar, é tão alta quanto um edifício de dois andares e tão ampla quanto um estádio de futebol. As 'Bagnold Dunes estão activas: imagens feitas de órbita, indicam que algumas avançam cerca de 1 metro por ano terrestre. Nunca uma duna activa foi visitada no sistema solar, para além da Terra.
'Planeamos investigações que não irão somente falar-nos acerca da actividade moderna das dunas em Marte, mas irão também ajudar-nos a interpretar a composição das camadas rochosas feitas das dunas que se transformaram em rocha há muito,' Disse Bethany Ehlmann do Instituto de tecnologia da California e do Jet Propulsion Lab da NASA, na Califórnia.
Desde 2ª feira, 16 de Novembro, o Rover Curiosity estava a 180 metros antes de chegar à denominada 'Dune 1.' O rover já está a monitorizar a direcção e velocidade do vento diariamente e a tirar as imagens progressivamente mais perto, como parte da campanha de investigação. Lá, irá usar os seus instrumentos para recolher amostras para o laboratório interno do rover, e irá usar a roda para escavar a duna, de modo a comparar a superfície com o interior.
A Curiosity já guiou cerca de 315 metros nas últimas três semanas, desde que partiu da área onde a sua broca retirou amostras de dois alvos afastados no tempo cerca de 18 dias. A ultima amostra retirada, 'Greenhorm,' é a nona desde que a Curiosity aterrou em 2012 e a sexta desde que atingiu o 'Mont Sharp' no ultimo ano. A missão está a estudar como o antigo ambiente de Marte mudou de condições 'molhadas' favoráveis à vida microbiana, até as condições actuais, mais duras e secas.
Antes de a Curiosity aterrar, os cientistas usaram imagens de órbita de modo a mapear a região de aterragem e os vários tipos de terreno, numa grelha de 140 quadrantes, cada com cerca de 1,5 Km. A Curiosity entrou no seu oitavo quadrante este mês. Deixou uma chamada 'Arlee', e guiou até um chamado 'Windhoek'.
Ao longo da missão, a equipa do rover tem informalmente baptizado as rochas Marcianas, montes e outras características geológicas e geográficas.
O que distingue as dunas actuais, de pequenas faixas de areia ou pó, como alguns locais já visitados previamente pelos rovers marcianos, é que as dunas formam um lado com inclinação suficiente para a areia deslizar.
O efeito do vento no movimento de partículas individuais nas dunas, tem sido estudado intensivamente na Terra, uma área de estudo iniciada pelo engenheiro militar Britânico, Ralph Bagnold (1896-1990). A campanha da Curiosity em Marte, nos campo de dunas informalmente baptizados com o seu nome, serão os primeiros a ser estudados 'in situ', com actividade dunar num planeta, com baixa gravidade e pouca atmosfera.
Observações das 'Bagnold Dunes' com o Espectrometro de Imagem Compacto de Reconhecimento do orbitador da NASA denominado 'Mars Reconnaissance Orbiter', indicam que a composição mineral não está distribuída de igual modo pelas dunas. O mesmo orbitador com a sua câmara de alta resolução, documentou movimento nas dunas.
'Usaremos a Curiosity para aprender se o vento está efectivamente a separar minerais nas dunas e no modo como o vento transporta partículas de diferentes tamanhos,' diz Ehlmann.
Como exemplo, as dunas contém olivina, um mineral em rocha escura vulcânica, que é um dos primeiros a ser alterado em outro mineral, quando em contacto com a água. Se a campanha a 'Bagnold Dunes' encontrar outros minerais granulados e afastados dos grãos ricos em olivina pelo efeito do vento nas dunas, isso poderá ajudar investigadores a avaliar em que extensão, pequenas e altas concentrações de olivina em antigas rochas de areia, poderão ser causadas pelo distribuição do vento em lugar de alterações provocadas pela água.
Ehlmann e Nathan Bridges da Universidade de Johns Hopkins, Laboratório de Física Aplicada, EUA, levaram a equipa da Curiosity a planear uma campanha nas dunas.
'Estas dunas têm uma textura diferente das dunas da Terra,' diz Bridges. 'As ondulações nelas são muito maiores que as que se encontram no topo das dunas da Terra, e não sabemos porquê. Temos modelos baseados em baixa pressão de ar. São necessários ventos com uma velocidade superior para fazer mover a partícula, mas agora teremos uma primeira oportunidade para fazer observações detalhadas no local.'