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O gigante adormecido na galáxia NGC 4889

09.02.16

 



Galaxia eliptica NGC 4889. Aqui.

A aparência plácida da NGC 4889 pode enganar o observador insuspeito. Mas a galáxia elíptica, nesta nova imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, esconde um segredo negro. No seu coração esconde-se um dos mais massivos buracos-negros alguma vez descobertos.

Localizado a 300 milhões de anos luz de distância no Aglomerado Coma, o gigante elíptico, galáxia NGC 4889, a maior e mais brilhante galáxia na imagem, é a morada do buraco-negro supermassivo e batedor de recordes. Com 21,000 milhões de vezes a massa do Sol, este buraco negro tem um event horizon (horizonte de eventos) - a partir da superfície do qual a luz não pode escapar do seu aperto gravitacional - com um diâmetro aproximado de 130,000 milhões de quilómetros.

Isto é cerca de 15 vezes o diâmetro da órbita de Neptuno ao Sol. Por comparação, o supermassivo buraco-negro no centro da nossa galáxia, a Via Láctea, pensa-se ter uma massa de quatro milhões de vezes à do Sol e um event horizon de somente um quinto da órbita de Mercúrio.

Mas o tempo em que o buraco-negro da NGC 4889 andava a engolir estrelas e a devorar poeira é passado. Os astrónomos acreditam que o buraco-negro gigantesco já terminou de se alimentar e está actualmente a repousar após devorar a cozinha cósmica da NGC 4889. O ambiente dentro da galáxia é agora tão pacifico que as estrelas se estão a formar do gás remanescente e da órbita não perturbada à volta do buraco-negro.

Quando estava activo, o supermassivo buraco-negro da NGC 4889 foi alimentado pelo processo de acreção quente. Quando material galáctico - como gás, poeira e outros detritos - lentamente caiam para dentro, rumo ao buraco-negro, acumulou e formou um disco de acreção. Orbitando o buraco-negro, o disco rotativo de material foi acelerado pela imensa força gravitacional do buraco-negro e aquecido a milhões de graus.

Este material aquecido também expeliu jactos gigantescos e muito energéticos. Durante este período activo, astrónomos classificaram a NGC 4889 como uma banda de quasar o disco em volta do supermassivo buraco-negro que teria emitido até mil vezes a energia de saída da Via Láctea.

O disco de acreção susteve o apetite do supermassivo buraco-negro até que tenha terminado o suplemento de material galáctico. Agora, a dormir sossegadamente à medida que espera o seu próximo aperitivo celestial, o supermassivo buraco-negro está dormente. No entanto a sua existência permite aos astrónomos aumentar o seu conhecimento sobre quando e onde os quasars, estes objectos misteriosos e elusivos, formados nos primeiros dias do Universo.

Apesar de ser impossível observar directamente um buraco-negro - dado que a luz não escapa à sua atracção gravitacional - a sua massa pode ser indirectamente determinado. Usando instrumentos do Observatório Keck II e Telescópio Gemini North, astrónomos mediram a velocidade das estrelas que se movem em volta do centro da NGC 4889. Estas velocidade - que dependem da massa do objecto que orbitam - revelam a imensa massa do supermassivo buraco-negro.

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publicado às 12:16

É esta a galáxia mais solitária do Universo?

22.11.15

 


Galaxia.jpg

O universo tem estrutura: longos filamentos de matéria escura enredado com galáxias, e conjuntos de galáxias pontuados por vastos vazios. Estes vazios são nada mais que isso; não têm a mistura das estrelas que estão deitadas ao longo da teia universal de matéria tridimensional, mas, conforme as observações do Telescópio Espacial Hubble demonstram, nem todos os vazios estão completamente desocupados.

A beleza espiral, vista pela Câmara Avançada do Hubble para Vigilância, tem a designação não romântica de 'MCG+01-02-015', mas a sua situação levou a Agência Espacial Europeia a descrevê-la como 'a mais solitária das galáxias' - uma galáxia que está presa dentro do famoso vazio de Boötes.

Como é que a galáxia lá foi parar, não é sabido. Talvez tivesse lá nascido? Ou talvez uma ilha de gás tivesse ido parar ao meio de um volume pouco povoado do cosmos, apenas para despertar a sua evolução galáctica em confinamento solitário? Ou será que algum tumulto gravitacional, milhares de milhões de anos no passado da galáxia, tivesse arremessado a 'MCG+01-02-015' no vazio?

Sozinha como está, a MCG+01-02-015 não está sozinha. Dentro dos 250 milhões de anos-luz do vazio de Boötes, uma mão cheia de outras galáxias isoladas vivem lá também. Algumas teorias sugerem que estas galáxias do vazio, possam ser alguns dos mais pristinos exemplos de evolução galáctica, tendo-se formado perto do isolamento, longe da confusão de outros encontros galácticos, formados da sopa da gases intergalácticos primordiais. E olhando para a MCG+01-02-015, parece a imagem perfeita de uma galáxia em espiral.

Incluídas nesta observação encontram-se três estrelas, todas da nossa própria galáxia. Mas estas são estrelas individuais no campo de visão do Hubble, todos os outros pontos de luz são galáxias de fundo, contendo cada, milhares de milhões de estrelas, algumas também com estruturas espirais elegantes. Até a galáxia espiral directamente abaixo da MCG+01-02-015 é muito mais longe e fora do vazio.

Interessantemente, e de acordo com a ESA, 'a galáxia é tão isolada, que se a nossa galáxia, a Via Láctea, estivesse posicionada no mesmo local, só teríamos sabido da existência de outras galáxias nos anos 1960's.' É difícil imaginar quão isolada está a MCG+01-02-015. A nossa galáxia,em comparação, está numa metrópole! Se, hipoteticamente, extraterresteres vivessem neste vazio, sem telescópios avançados ou técnicas de imagens astronómicas, o universo seria muito diferente daquilo a que estamos habituados. Teriam céus muito escuros, guardados para as estrelas da sua própria galáxia.

Com a ajuda de poderosos telescópios espaciais como o Hubble, a humanidade não ficou acostumada às incontáveis milhares de milhões de galáxias, todas juntas pela força gravitacional, que só lá podem estar se a maioria do cosmos for composto de uma massa invisível chamada matéria escura. Mas onde há gigantescos filamentos de matéria, há vazios monstruosos a separá-los e, ocasionalmente, encontramos galáxias inextricáveis, que de alguma forma ficaram presas dentro do vazio, sendo as indiscutíveis vencedoras das galáxias mais solitárias do universo.

 

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publicado às 08:06


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