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O que está a aquecer em Plutão?

10.03.16

 



O escuro/claro padrão sarapintado de Piri Planitia na inserção da esquerda é reflectido no mapa de composição, com as áreas mais claras a corresponder às áreas mais ricas em metano - estes poderão ser resquícios de metano que não sublimaram completamente.

Longe no hemisfério oeste, cientistas da missão New Horizons da NASA descobriram o que parece ser uma gigantesca 'marca de dentada' na superfície de Plutão. Eles suspeitam que pode ser causada por um processo chamado de sublimação - a transição directa de uma substância de sólido para gasoso. O gelo rico em metano na superfície de Plutão, pode estar a sublimar para a atmosfera, expondo uma camada de gelo de água por baixo.

Nesta imagem, o norte é para cima. A porção sul da inserção esquerda, mostra o planalto de crateras informalmente chamado Vega Terra. Uma escarpa denteada, ou paredes de desfiladeiros, conhecidas como Piri Rupes, rodeia as planícies novas, quase livres de crateras de Piri Planitia. As escarpas ficam isoladas em plataformas por cima das regiões montanhosas em diversos locais.

Cortando diagonalmente ao longo das planícies pintalgadas está a longa e extensa falha chamada Inanna Fossa, que segue ao longo de 600 km, desde aqui até a parte Oeste da grande planície de gelo de nitrogénio de Sputnik Planum.

Dados sobre a sua composição vindos da sonda New Horizons e do instrumento Ralph/Linear Etalon Imaging Spectral Array (LEISA), mostram na inserção direita a indicação que o planalto a sul de Piri Rupes é rico em gelo de metano (mostrado a falso na cor púrpura). Os cientistas especulam que a sublimação de metano pode estar a causar a erosão do planalto ao longo das ravinas, fazendo com que retraiam a sul e deixando as planícies de Piri Planitia no seu sulco.

Dados da sua composição também mostram que a superfície de Piri Planitia é mais rica em água (mostrado em falso a azul) do que os mais altos planaltos, o que pode indicar que a superfície de Piri Planitia é feita de uma base rochosa de gelo de água, mesmo abaixo de uma camada de gelo de metano que se retira. Porque a superfície de Plutão é tão fria, o gelo de água é tipo rocha e imóvel.

O padrão brilhante/escuro sarapintado de Piri Planitia na inserção esquerda é reflectido no mapa da composição, com áreas mais brilhantes a corresponder a áreas mais ricas em metano - estas poderão ser resquícios do metano que não sublimaram completamente.

A inserção à esquerda tem uma resolução de 200 metros por píxel; a imagem mede aproximadamente 450 km de comprimento por 410 de largo. Foi obtida pela New Horizons a uma distância de aproximadamente 33,900 km de Plutão, cerca de 45 minutos antes da maior aproximação a Plutão a 14 de Julho de 2015.

Os dados da LEISA à direita forma reunidos quando a nave estava a 47,000 km de Plutão, a melhor resolução é de 2,7 km por píxel.

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publicado às 10:52

Montanhas de Plutão com neve de metano

07.03.16

 



A equipa da New Horizons descobriu uma cadeia de montanhas cobertas de neve numa zona informalmente chamada de Cthulhu Regio. Aqui.

A equipa da New Horizons descobriu uma cadeia montanhosa que se estende ao longo de uma zona escura expansiva de Plutão informalmente chamada de Cthulhu Regio.

Uma das características mais facilmente identificáveis, Cthulhu, estende-se praticamente ao longo de meio caminho na zona do equador, começando no oeste da grande planície de hidrogénio, conhecida como Sputnik Planum. Medindo aproximadamente 3,000 km de comprimento e 750 km de largo, Cthulhu é um pouco maior que Angola.

A aparência de Cthulhu é caracterizada por uma superfície escura, que os cientistas pensam dever-se a estar coberta por uma camada de tholins escuros - moléculas complexas que se formam quando o metano é exposto à luz do Sol.

A geologia de Cthulhu exibe uma grande variedade de paisagens, de montanhas a planícies, até às crateras e fracturas.

 A imagem com cor vermelha melhorada, revela uma cadeia de montanhas localizada a sudeste de Cthulhu com 420 km de comprimento. A cadeia está situada entre crateras, com vales estreitos a separar os seus cumes. As encostas mais elevadas dos picos mais altos estão revestidos com um material brilhante que contrata grandemente com a cor vermelha escura das planícies circundantes.

Os cientistas pensam que este material brilhante possa ser predominantemente metano que condensou na forma de gelo nos picos a partir da atmosfera de Plutão.

'Como este material reveste somente os picos mais elevados, leva-nos a pensar que o metano actua como a água na atmosfera da Terra, condensando como gelo a elevada altitude,' disse John Stansberry, da equipa cientifica da New Horizons do Instituto Cientifico Telescópio Espacial, nos EUA.

Dados da composição dos elementos do Ralph/Multispectral Visible Imaging Camera (MVIC) da sonda New Horizons da NASA, indicam que a localização do gelo claro no pico da montanha se correlaciona quase exactamente com a distribuição do gelo de metano, mostrado numa falsa cor púrpura.

A resolução da cor da imagem melhorada é de cerca de 680 metros por píxel. A imagem mede aproximadamente 450 km de comprimento por 225 km de largo. Foi obtida pela New Horizons a aproximadamente 33,900 km de Plutão, cerca de 45 minutos antes da maior aproximação a Plutão a 14 de Julho de 2015.

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publicado às 23:04

2014 MU69: o próximo alvo da New Horizons

23.02.16
2014 MU69: Next Target for New Horizons 
Imagem do Hubble Space Telescope que mostra o objecto do Cinturão de Kuiper, 2014 MU69.

A sonda New Horizons da NASA capturou a atenção do mundo aquando da sua passagem por Plutão em Julho de 2015. Em Janeiro de 2019, irá bater um novo recorde quando alcançar outro objecto nos limites do sistema solar. Conhecido por 2014 MU69, o objecto irá dar pistas sobre o início da vida do Sol e dos seus planetas. Ao contrário de outras coisas exploradas pela sonda, o pequeno pedaço de rocha e gelo será o primeiro a ser explorado por uma nave lançada antes da sua descoberta.

Tanto Plutão como 2014 MU69 estão no Cinturão de Kuiper, uma colectânea de rochas geladas que circundam os limites do sistema solar. Pensa-se que estes objectos são amostras pristinas do inicio do sistema solar, atiradas para o limite do sistema solar através da interacção de ondas gravitacionais com os grandes corpos que se tornariam planetas. Examiná-los deverá dar-nos pistas sobre o que aconteceu ao sistema solar nos primórdios da sua existência.

Artist's impression of NASA's New Horizons spacecraft encountering a Pluto-like object in the distant Kuiper Belt. NASA announced on Aug. 28, 2015, that it had selected 2014 MU69 as its first choice for the probe's secondary mission.

No inicio de 2003, a National Academy of Sciences' Planetary Decadal Survey recomendou fortemente que a visita a Plutão incluísse visitas a pequenos objectos do cinturão de Kuiper. Observando múltiplos alvos, iria dar maiores pistas acerca de um segmento não explorado do sistema solar. A New Horizons lançada em 2006, com combustível extra para tais passagens, e a sua capacidade energética e sistemas de comunicações, está preparada para trabalhar em distâncias para lá da órbita de Plutão para anos que hão-de vir.

Em 2011, cientistas da missão usaram telescópios na Terra para iniciar a procura de um segundo alvo, mas nenhuma das novas descobertas estaria dentro do alcance na New Horizons. Em 2014, o Telescópio Espacial Hubble juntou-se na procura, localizando cinco potenciais objectos. Um deles foi o 2014 MU69, que foi nomeado de 1110113Y após a sua descoberta a 26 de Junho de 2014 e como 'alvo potencial 1' após a sua elevação de um a dois possíveis destinos. Em Agosto de 2015, a equipa seleccionou o 2014 MU69 como o seu próximo alvo potencial.

"2014 MU69 é uma grande escolha por ser o tipo de objecto que foi formado na sua órbita actual que a Decadal Survey queria que nós pesquisássemos,' referiu o investigador Alan Stern do Instituto de Pesquisa do Southwest. 'Para além disso este objecto custa menos combustível a atingir [que outros candidatos], deixando mais fuel para alguma ciência auxiliar e para proteger contra o que ainda não foi visto.'

Até com o Hubble, os detalhes de 2014 MU69 são difíceis discernir. O pequeno objecto é estimado ter 45 km de comprimento, menos de um por cento do tamanho de Plutão. Se o objecto é luminoso, então é provavelmente mais pequeno do que um objecto escuro seria. Objectos similares podem ter ajudado a formar o planeta-anão no passado.

'Há tanto que podemos observar destas passagens de proximidade do que o que aprendemos da Terra, tal como a passagem de Plutão demonstrou tão espectacularmente,' disse John Spencer, igualmente membro cientifico da equipa da New Horizons.

'As imagens detalhadas e outros dados que a New Horizons poderão obter do voo da KBO irão revolucionar o nosso entendimento acerca do Cinturão de Kuiper e dos seus objectos.' 

Durante a entrevista a Mark Holdridge, planeador da missão New Horizons, pela Planetary Society, foi dito acerca da New Horizons e das primeiras imagens ao 2014 MU69, que elas serão obtidas 80 dias antes do encontro, em Outubro de 2018. Quando a nave realizar a sua passagem a 1 de Janeiro de 2019, passará mais perto do objecto do que passou por Plutão, apesar da distância exacta ainda não ser conhecida. Na altura, a sonda estará a 43,3 Unidades Astronómicas da Terra (UA=distância da Terra ao Sol).

Desde a passagem por Plutão, que a New Horizons efectuou quatro manobras para intersecção do 2014 MU69, tornando o encontro inevitável. Menos certo é saber sobre se a missão irá ou não receber aprovação de fundos para aprovar a visita ao segundo alvo.

This diagram shows the projected route of NASA’s New Horizons spacecraft toward 2014 MU69, orbiting in the Kuiper Belt about 1 billion miles beyond Pluto.

'Mesmo à medida que a sonda New Horizons se afasta de Plutão pelo Cinturão de Kuiper, e os dados do encontro com este novo mundo ainda estão a ser enviados para Terra, estamos a olhar já para o próximo destino deste explorador intrépido,' disse John Grunsfeld, astronauta e chefe do Directorado da Missão Cientifica da NASA no centro da missão em Washington, D.C..

'Enquanto as discussões sobre se se aprova, ou não, a extensão da missão que se realiza num contexto de portfólio cientifico planetário, esperamos ser muito menos dispendiosos do que a missão inicial, enquanto continuamos a dar nova e excitante ciência.'

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publicado às 09:14

Caronte, a lua de Plutão no estilo Hulk: um possível oceano antigo?

17.02.16

 



     Aqui.

A maior lua de Plutão talvez se tenha tornado demasiado grande para a sua própria 'pele'.

Imagens da New Horizons da NASA sugerem que a lua de Plutão, Caronte, terá tido um oceano subterrâneo que há muito congelou e expandiu, puxado para fora e fazendo com que a superfície da lua tenha esticado e fracturado numa escala maciça.

O lado da lua de Plutão visionado pela sonda New Horizons em Julho de 2015 é caracterizado por um sistema de falhas tectónicas feito de 'puxadas', que estão expressas em vales, escarpas e falhas, alguns atingindo 6,5 km de profundidade.

A tectónica da paisagem de Caronte mostra que, de algum modo, a lua expandiu no passado, e - como Bruce Banner a rasgar a sua camisola à medida que se torna no Incrível Hulk - a superfície de Caronte fracturou à medida que esticava.

A camada exterior de Caronte é principalmente gelo de água. A camada foi mantida quente quando Caronte era nova pelo aquecimento dado pela decadência de elementos radioactivos, bem como o próprio calor interno da formação do planeta. Os cientistas dizem que Caronte pode ter sido suficientemente quente para causar o derretimento do gelo de água bem no interior, criando um oceano abaixo da superfície.

Mas à medida que Caronte arrefeceu com o tempo, este oceano teria congelado e expandido (como acontece com a água congelada), levantando as camadas superficiais da lua, produzindo as fracturas maciças que vemos hoje. O topo da imagem aqui apresentada, mostra uma característica denominada Serenity Chasma, que é parte de um cinturão equatorial de falhas de Caronte.

De facto, este sistema de Chasmas ou falhas, é um dos maiores vistos em qualquer lugar do sistema solar, com 1800 km de comprimento, e indo até 7,5 km de profundidade. Em comparação o Grand Canyon tem 446 km e até 1,6 km de profundidade.

A porção abaixo da imagem mostra a topografia a cores da mesma imagem. Medidas das formas destas características, dizem aos cientistas que o gelo de água de Caronte poderá ter sido, pelo menos parcialmente líquido na sua história passada, e recongelou desde então.

A imagem foi obtida pela câmara Long-Range Reconnaissance Imager (LORRI) na New Horizons. Norte é em cima; a iluminação vem do topo esquerdo da imagem. A resolução é de 394 metros por píxel. A imagem mede 386 km de comprimento e 175 km de largura.

Foi obtida a uma distância de 78,700 quilómetros de Caronte, cerca de uma hora e quarenta minutos antes da maior aproximação a Caronte a 14 de Julho de 2015.

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publicado às 10:03

Colocando a geologia de Plutão no mapa

07.02.16

 



O mapa do lado esquerdo da forma em coração que usa cores para representar a variedade de terrenos, ajudando assim os cientistas a compreender a complexidade de processos geológicos em processo em Plutão. Aqui.

Como dar sentido à surpreendente complexidade geológica de Plutão? Para ajudar a entender a diversidade do terreno e juntar as peças sobre como a superfície de Plutão se formou e evoluiu ao longo do tempo, cientistas da missão constroem um mapa geológico como o mostrado aqui.

Este mapa cobre uma porção de Plutão que mede 2,070 km de cima a baixo, e inclui uma vasta planície de gelo de nitrogénio, informalmente chamada Sputnik Planum, e terrenos circundantes. Como a chave da figura indica, o mapa está sobreposto com cores que representam terrenos geológicos diferentes. Cada terreno, ou unidade, é definido pela sua textura e morfologia - macia, lisa, escarpada ou cumeada, por exemplo.

Quão bem uma unidade pode ser definida depende da resolução das imagens que a cobrem. Todo o terreno neste mapa foi feito com uma resolução aproximada de 320 metros por píxel ou melhor, significando que os cientistas podem mapear as unidades do mapa com relativa confiança.

As unidades verdes e azuis variadas que enchem o centro do mapa representam diferentes texturas vistas ao longo de Sputnik Planum, do terreno celular do centro e norte, as planícies macias e lisas do sul. As linhas pretas representam a fronteira das regiões celulares de gelo de nitrogénio. A unidade roxa representa o bloco de montanhas caóticas que alinham a fronteira oeste de Sputnik Planum, e a rosa a unidade que representa as colinas dispersas na orla este.

As possíveis características de crio vulcões, informalmente denominado Wright Mons, está mapeado a vermelho no canto sul do mapa. As terras altas enrugadas das informalmente chamadas Cthulhu Regio estão mapeadas a castanho escuro ao longo da orla oeste marcada por muitas crateras de impacto, mostradas a amarelo.

Ao estudar como as fronteiras entre as unidades se intersectam entre elas, cientistas de missão podem determinar que unidades se sobrepõe a outras e montam uma cronologia relativa para as diferentes unidade. Por exemplo, as crateras amarelas (à esquerda da orla oeste do mapa) devem ter sido formadas após o terreno circundante. Produzir tais mapas é importante para aferir que processos operaram em Plutão, e quando ocorreram relativamente a outro processos a acontecer.

O mapa base para este mapa geológico é um mosaico de 12 imagens obtido pelo LORRI, máquina de reconhecimento longo alcance, com uma resolução de 390 metros por píxel. O mosaico foi obtido a uma distância aproximada de 77,300 km de Plutão, cerca de 40 minutos após a distância mais curta da New Horizons a Plutão em 14 de Julho de 2015.

 

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publicado às 10:02

A atmosfera azul de Plutão

27.01.16

 

Pluto's Blue Bands Get High-Resolution Makeover
 
A banda azul da neblina atmosférica obtida em alta resolução pela New Horizons

A banda azul de Plutão brilha espectacularmente na imagem de maior resolução obtida até hoje da atmosfera do planeta anão.

Visto em cor real aproximada, a banda azul de neblina é na realidade um mosaico de quatro imagens pancromáticas obtidas pelo Long Range Reconnaissance Imager (LORRI), sobreposto com quatro imagens de dados do Ralph/Multispectral Visible Imaging Camera (MVIC), quando a sonda New Horizons passava por Plutão a 14 de Julho de 2014. A nova imagem de alta resolução foi processada pelo Southwest Research Institute, uma organização independente de pesquisa e desenvolvimento na Califórnia

A sonda obteve as imagens quando o Sol iluminava a cena da direita, disseram oficiais da NASA. A imagem tem uma resolução de 1 km por píxel.

A equipa da New Horizons atribui a neblina a um nevoeiro fotoquímico criado quando a luz do Sol atinge o metano e outras moléculas da atmosfera de Plutão. Uma cornucópia de hidrocarbonetos mistura-se, criando pequenas partículas, menores que um micrometro (um milionésimo de metro) de tamanho, que difundem uma luz azul brilhante vista no foto. Algumas das camadas horizontais em banda estendem-se na realidade por centenas de quilómetros à volta de Plutão, e tudo ergue-se a altitudes de 200 km da superfície, afirmaram oficiais da NASA.

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publicado às 09:57

Factos acerca do Cinturão de Kuiper

25.01.16

 

This artist's impression shows the distant dwarf planet Eris in the distance with its moon Dysmonia in the foreground. New observations have shown that Eris is smaller than previously thought and almost exactly the same size as Pluto. Eris is extremely re

Eris e a sua lua Dysmonia, aqui numa impressão de artista.

Eris é quase do mesmo tamanho de Plutão e a sua superfície está provavelmente coberta de gelo remanescente da sua atmosfera. Dysmonia parece ser mais escura e um corpo menos reflectivo.

Para lá do gigante Neptuno permanece uma região cheia de corpos gelados. Conhecido como o Cinturão de Kuiper, esta expansão gelada tem biliões de objectos, remanescentes dos primórdios do sistema solar. O astrónomo Holandês Jan Oort foi que sugeriu primeiro em 1950 que alguns cometas poderiam vir dos subúrbios longínquos do sistema solar. Esse reservatório ficou mais tarde conhecido como a nuvem de Oort. Antes, em 1943, o astrónomo Kenneth Edgeworth sugeriu que cometas e corpos maiores poderiam existir para lá de Neptuno. Em 1951, o astrónomo Gerard Kuiper predisse a existência de um Cinturão de corpos gelados que agora tem o seu nome. Alguns astrónomos referem-se a ele como o Cinturão Edgeworth-Kuiper.

Astrónomos procuram agora por um planeta no Cinturão de Kuiper, um verdadeiro nono planeta, após a evidência da sua existência ter sido falada a 20 de Janeiro de 2016. O chamado 'Nono Planeta', como é denominado pelos cientistas, terá cerca de 10 vezes a massa da Terra e 5,000 vezes a de Plutão.

Vamos ver com mais atenção uma secção distante do sistema solar e dos pequenos mundos mais comummente conhecidos como Objectos do Cinturão de Kuiper (KBOs) e, em anos recentes, planetas anões. 

Kuiper Belt Oort Cloud
Impressão artística do Cinturão de Kuiper e da Nuvem de Oort.

Factos acerca do Cinturão de Kuiper

Haumea and its 2 Satellites
Concepção artística do planeta Haumea e dos seus dois satélites; Hi'iaka e Namaka.
 

O Cinturão de Kuiper é um plano elíptico no espaço, abrangendo 30 a 50 vezes a distância da Terra do Sol, ou 4,500 a 7,400 milhões de quilómetros. O Cinturão é semelhante ao encontrado entre Marte e Júpiter, apesar de os objectos no Cinturão de Kuiper tenderem a ser mais gelados que rochosos.

Cientistas estimam que milhares de corpos com mais de 100 km de diâmetro viajem à volta do Sol dentro deste Cinturão, com biliões de objectos mais pequenos, muitos dos quais serão cometas de período-curto. A região também contém alguns planetas-anões, mundos redondos, demasiado grande para serem considerados asteróides e ainda não qualificados como planetas por serem demasiado pequenos, numa órbita estranha, e sem capacidade de limpar o espaço à volta deles do mesmo modo que os 8 planetas o fazem.

Formação do Cinturão de Kuiper

Quando o sistema solar se formou. muito do gás, poeira e rochas saíram em conjunto de modo a formar o Sol e os planetas. Os planetas que limparam muito dos restantes detritos para o Sol ou para fora do sistema solar. Mas corpos mais afastados ficaram a salvo dos rebocadores gravitacionais, ou de planetas como Júpiter, e assim conseguiram ficar a salvo à medida que orbitavam o Sol. O Cinturão de Kuiper e o seu compatriota, a mais distante nuvem de Oort, contém os resquícios do início do sistema solar e podem dar valiosos dados do seu nascimento.

O Cinturão de Kuiper clássico - a secção mais lotada - está 42 a 48 vezes a distancia da Terra ao Sol. A órbita dos objectos nesta região mantém-se estável na maior parte, apesar de alguns objectos terem o seu curso ocasionalmente mudados ligeiramente quando eles passam demasiado perto de Neptuno.

Objectos do Cinturão de Kuiper

This artist’s impression shows the distant dwarf planet Eris. New observations have shown that Eris is smaller than previously thought and almost exactly the same size as Pluto. Eris is extremely reflective and its surface is probably covered in frost for
Impressão de artista que mostra o distante planeta-anão Eris. 
 
Plutão foi o primeiro verdadeiro Objecto do Cinturão de Kuiper a ser visto, apesar de os cientistas da época não o reconhecerem como tal. A existência do Cinturão não foi observada até cientistas descobrirem um movimento lento, de um mundo pequeno no sistema solar exterior em 1992 (David Jewitt e Jane Luu encontraram o KBO, 1992QB1). Outros objectos se seguiram, e os astrónomos rapidamente viram que a região para lá de Neptuno fervilhava de mundos rochosos e pequenos mundos.
 
Sedna, com três quartos do tamanho de Plutão foi descoberto em 2004. É tão afastado do nosso Sol que leva cerca de 10,500 anos a fazer uma única órbita. Sedna tem cerca de 1,770 km de comprimento e circula o Sol numa órbita excêntrica que vai dos 12,900 milhões de quilómetros aos 135,000 milhões de quilómetros.
 

Em Julho de 2005, astrónomos anunciaram a descoberta de um objecto no Cinturão de Kuiper pensado ser maior que Plutão, apesar de observações posteriores revelarem ser ligeiramente mais pequeno. Conhecido como Éris, a sua órbita ao Sol, uma vez a cada 580 anos, viajando a uma centena de vezes mais distante do Sol que a Terra. A descoberta de Éris pôs fim a Plutão como um planeta, e em 2006, Plutão, Éris, e o seu maior asteróide Ceres foram classificados com planetas-anões. Mais dois planetas-anões, Haumea e Makemake, foram descobertos no Cinturão de Kuiper em 2008.

Nono Planeta

O nono planeta órbita o Sol a uma distância 20 vezes maior que a órbita de Neptuno. A órbita do estranho mundo é cerca de 600 vezes mais longe do Sol do que a órbita da Terra da sua estrela.

Os cientistas ainda não viram o nono planeta directamente. A sua existência é inferida pelos seu efeito gravitacional noutros objectos do Cinturão de Kuiper.

Os cientistas Mike Brown e Konstantin Batygin do California Institute of Technology em Pasadena, descrevem a evidência do nono planeta num estudo publicado pelo Astronomical Journal. A pesquisa é baseada em modelos matemáticos e simulações de computador usando as observações de outros seis objectos mais pequenos do Cinturão de Kuiper com órbitas que alinham de um modo similar.

Exploração

Devido ao seu tamanho pequeno e localização distante, os Objectos do Cinturão de Kuiper são um desafio de detecção a partir da Terra. Medidas de infravermelhos do telescópio espacial da NASA, Kuiper, ajudaram a acertar para baixo o tamanho dos maiores objectos.

De modo a adquirir um melhor vislumbre destes restos remotos do nascimento do sistema solar, a NASA lançou a missão New Horizons. A sonda chegou a Plutão em 2015 e continuou de modo a examinar múltiplos Objectos do Cinturão de Kuiper.

Kuiper Belt
O Cinturão de Kuiper é mostrado para lá da órbita de Neptuno.Um dos seus habitantes é Éris, com uma órbita altamente inclinada e elíptica.

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publicado às 08:28

Possíveis vulcões de gelo em Plutão com "as coisas certas"

16.01.16

 


Wright Mons a cores. Aqui.

Cientistas da missão New Horizons da NASA montaram esta vista a cores de alta-resolução de um dos dois potênciais criovulcões vistos na supefície de Plutão pela sonda New Horizons em Julho de 2015

Esta característica, conhecida como Wright Mons, foi informalmente assim denominada pela equipa da New Horizons em honra dos irmãos Wright.

Com cerca de 150 km de comprimento e 4 km de altura, esta marca no planeta é enorme. Se é de facto é um vulcão, como suspeitado, seria a maior característica do género descoberto no sistema solar exterior.

Cientistas da missão estão intrigados pela escassa distribuição da material vermelho na imagem e pensar porque não está mais espalhado

Também deixa perplexo o facto de só haver uma cratera de impacto identificada em Wright Mons, dizendo aos cientistas que a superfície, bem como a crosta por baixo) foram criadas relativamente recente.

Isto pode indicar que Wright Mons foi vulcanicamente activo até tarde na história de Plutão.

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publicado às 10:10

Uma nova maravilha de Plutão? Descobertos possíveis vulcões de gelo

09.01.16

 

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publicado às 08:30

Equipa de New Horizons revela foto detalhada de Plutão

20.12.15

 


    Aqui

Cinco meses depois da New Horizons da NASA ter passado por Plutão para tirar as primeiras fotos e medidas deste mundo gelado, e do seu sistema de satélites, o conhecimento acerca deste sistema distante continua a revelar-se.

A equipa cientifica da New Horizons continua a revelar as descobertas efectuadas na passagem por Plutão, num encontro efectuado esta semana em São Francisco na American Geophysical Union (AGU). Entre as principais descobertas, estão detalhes da geologia e composição de Plutão, bem como detalhes acerca do inesperado nevoeiro da atmosfera de Plutão e da sua interacção com o vento solar.

'Estamos a muito menos de meio caminho da transmissão de dados acerca do sistema de Plutão para a Terra, mas uma larga variedade de novos dados científicos, estão já a emergir,' disse o Investigador Principal da New Horizons, Alan Stern do Instituto de Pesquisa do Sudoeste.

Evidências geológicas foram encontradas espalhadas de actividade glacial passada e presente, incluindo a formação de redes de vales erodidos. 'Plutão tem excedido largamente as nossas expectativas, na diversidade de formação de paisagens e processos - processos que continuam presentes,' disse Alan Howard da Universidade de Virginia, colaborador cientifico com a equipa da New Horizons de geologia e geofísica.

A chave para entender a actividade de Plutão, é o papel da camada profunda de nitrogénio sólido e outros gelos voláteis que enchem o lado esquerdo do 'coração' de Plutão, uma vasta base de 1000 Km  de comprimento, informalmente chamada de Sputnik Planum. Novos modelos numéricos de convecção termal na camada de gelo, não só explica as numerosas características de gelo poligonal vistas na superfície de Sputnik Planum, mas indicam que esta camada pode ter alguns quilómetros de espessura.

A evaporação deste nitrogénio e condensação em terrenos circundantes mais elevados, leva a uma corrente glacial de volta à base; modelos numéricos adicionais de correntes de gelo de nitrogenio mostram como a paisagem de Plutão foi e continua a ser transformada.

Nos últimos meses, a New Horizons enviou igualmente uma multitude de cores e dados ângulos da incrível névoa atmosférica que envolve Plutão, crescendo centenas de quilómetros acima da superfície. Para além das propriedades ópticas, a equipa cientifica está a examinar várias questões importantes acerca do extensivo nevoeiro de Plutão:onde se origina, porque forma camadas, e como varia espacialmente à volta de Plutão.

'Como quase tudo em Plutão, a névoa é muito mais complicado do que pensávamos,' diz Andy Cheng, co-investigador da New Horizons com a Universidade Johns Hopkins, Laboratório de Física Aplicada, EUA. 'Mas com os dados excelentes da New Horizons que possuímos actualmente, esperamos ter para breve um melhor entendimento.'

A New Horizons também encontrou novos e mais rigorosos limites para uma atmosfera na maior lua de Plutão, Caronte. Além disso, cientistas que estudam as observações espectrais de infravermelhos de Caronte com a LEISA a bordo da New Horizons relatam a evidência que a absorção de amónia (NH3), ocorre a um baixo nível ao longo de uma grande porção da superfície de Caronte, e não somente altas concentrações locais que foram previamente detectadas em alguns locais.

Num desses, a informalmente chamada Organa Crater, tem sido anotada como sendo especialmente rica em NH3. Ainda não é bem conhecido o que controla a distribuição do NH3 de Caronte, se vem do interior de Caronte ou tem uma fonte externa.

Os cientistas da New Horizons estão igualmente a apresentar descobertas sobre como Plutão e as suas luas interagem com o vento solar, uma corrente constante de partículas e plasma que corre do Sol e viaja ainda a 1,5 milhões de quilómetros à hora em Plutão. A atmosfera que Plutão perde actualmente, dá uma fonte de átomos neutros que podem trocar electrões com os ventos solares carregados positivamente de átomos de oxigénio (O), carbono (C), e Nitrogénio (N).

Observações da órbita da Terra, do Observatório Chandra de Raio-X, durante a sua mais curta passagem, contribuíram igualmente para o entendimento do processo em desenvolvimento. Membros da equipa procuraram por emissões de raio-x perto de Plutão para ajudar a determinar a que velocidade a atmosfera de Plutão está a ser perdida para o espaço, do mesmo modo que as emissões de raio-x são usadas para caracterizar a saída de material dos cometas.

A New Horizons, a navegar pelo espaço a mais de 14 Km por segundo, está a aproximadamente 185 milhões de quilómetros para lá de Plutão e a 5,200 milhões de quilómetros da Terra. Todos os sistemas estão bem e a funcionar normalmente.

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publicado às 06:59


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  23. S
  24. O
  25. N
  26. D