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Afinal, há um nono planeta no sistema solar

22.01.16

in DN, 21 de Janeiro de 2016

Uma ilustração do nono planeta, com o Sol ao fundo

Astrónomos fizeram simulações e dizem que há um planeta gigante para lá de Plutão. Agora só falta vê-lo

Um nono planeta no sistema solar, muito para lá de Plutão? Primeiro, os astrónomos Mike Brown e Konstantin Batygin, do California Institute of Technology (Caltech) ficaram muito, muito céticos. Era para aí que apontavam as contas de Chad Trujillo e Scott Shepperd, dois jovens pós-docs que em 2013 estavam na equipa de Brown, mas claro que não podia ser. Ou podia?

Espicaçado pela curiosidade, e mais para rebater a ideia do que para tentar validá-la, Brown propôs a Batygin que olhassem ambos melhor para os dados. E depois de ano e meio de simulações computacionais e de muita física e matemática acabaram por descobrir aquilo de que não estavam à espera. Tudo indica que existe um nono planeta no sistema solar, que será 10 vezes maior do que a Terra e que orbita o Sol a uma distância 20 vezes superior àquela a que está Neptuno da nossa estrela: 4,5 mil milhões de quilómetros. O Caltech anunciou hoje a descoberta.

As contas estão feitas e agora só falta encontrar esse planeta, cuja dimensão o salva de se ser um planeta-anão, a etiqueta que se colou a Plutão e a todos os objetos que orbitam para lá dele, naqueles confins gelados do sistema solar.

 

Embora ainda não tenha sido observado diretamente, Mike Brown e Konstantin Batygin publicaram os seus resultados na revista Astronomical Journal e batizam como Planeta Nove o novo objeto que emerge das suas equações e simulações.

"É verdadeiramente um nono planeta", assinala Mike Brown, no comunicado do Caltech. "É um pedaço bastante substancial do nosso sistema solar que está aí à espera de ser descoberto, o que é muito entusiasmante", sublinha o investigador. 

Uma pergunta tem, no entanto, de ser feita - e os dois astrónomos fazem-na. De onde sai agora, assim de repente, um planeta gigante, a orbitar o Sol, muito para lá de Plutão?

Para responder à questão, Mike Brown e Konstantin Batygin contam a história do sistema solar com uma única e subtil mudança em relação à tese hoje consensualmente aceite pelos astrónomos. Nos primórdios dos sistema solar, em vez dos quatro núcleos planetários que vieram a dar origem aos gigantes gasosos Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno, haveria cinco desses núcleos, e o quinto, que terá dado origem ao planeta Nove, se se tivesse chegado demasiado a Júpiter e a Saturno teria sido ejetado por ambos para as paragens distantes onde agora Mike Brown e Konstantin Batygin dizem que ele se encontra.

Os dois astrónomos, sublinha o comunicado do Caltech, continuam a refinar as suas simulações para compreender melhor este planeta e os efeitos que ele produz nos outros objetos na região do sistema solar onde se encontra e a outra busca, a da sua deteção direta com alguns dos maiores telescópios do mundo, como o de Mauna Kea, no Havai, também já se iniciou, liderada por Mike Brown.

"Adoraria encontrá-lo", diz o investigador, sublinhando, no entanto, "que será bom na mesma se ele for encontrado por outros". A publicação do artigo com o anúncio do planeta Nove tem, de resto, exatamente esse objetivo, afirma Brown. "O que esperamos é que outras pessoas se sintam inspiradas e comecem a procurar também".

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publicado às 02:55

Os dias estão a ficar mais longos

14.12.15

 



  Mathieu Dumberry

Cientistas estudam as mudanças passadas no nível do mar, de modo a conseguir fazer previsões correctas das consequências da mudança de clima, e olham para o núcleo da Terra de modo a fazê-lo correctamente.

'De modo a compreender completamente as mudanças no nível do mar que ocorreram ao longo do último século, precisamos compreender a dinâmica da corrente no núcleo da Terra' diz Mathieu Dumberry, professor de física na Universidade de Alberta.

A ligação é através da mudança na velocidade da rotação da Terra. A água derretida dos glaciares, não só causa o aumento do nível médio da água do mar, mas muda igualmente a massa dos pólos para o equador, o que abranda a rotação. (Imagine a Terra como um patinador em rotação. Ele move os braços para dentro para rodar mais rapidamente, ou para fora para abrandar.)

A força da gravidade da Lua também contribui para o abrandamento, agindo como um travão, no entanto, a combinação destes efeitos não é suficiente para explicar as observações do abrandamento da rotação da Terra: uma contribuição do núcleo deve também ser adicionada.

Dunberry é uma das poucas pessoas no mundo a investigar as mudanças na rotação da Terra, contribuindo com a sua experiência da ligação núcleo-manto, para o estudo.

'Ao longo dos últimos 3000 anos, o núcleo da Terra tem estado a acelerar um pouco, e o manto-crosta, onde nos encontramos, tem estado a abrandar.'

Como consequência a Terra está a rodar mais lentamente, e o tamanho dos nossos dias tem estado lentamente a abrandar. De facto, dentro de um século, o tamanho de um dia terá aumentado 1.7 milisegundos. Isto pode não parecer muito, mas Dumberry lembra que isto tem um efeito acumulativo que se acrescenta ao longo do tempo.

Baseados no seu trabalho e reconciliando estas diferenças, os cientistas envolvidos no estudo estão confiantes em prever que o aumento do nível do mar irá terminar no final do século XXI. 'Isto poderá ajudar a melhor preparar cidades costeiras, por exemplo, a lidar com as mudanças climáticas,' refere Dumberry.

'Estamos a falar de milhares de milhões de infra-estruturas.' Diz Dumberry que este estudo serve como um estímulo para que mais trabalho continue a ser efectuado na investigação do interior do nosso planeta.

As descobertas, 'Reconciliando mudanças passadas na rotação da Terra, com o aumento médio do nível do mar no século XX: Resolvendo o enigma de Munk's,' foi publicado a 11 de Dezembro de 2015, num artigo do jornal Science Advances.

Com 12 centros e institutos relacionados com mudanças de clima e 24 cadeiras de pesquisa do Canada relacionadas com mudanças de clima, a Universidade de Alberta propõe-se procurar as causas e efeitos das mudanças de clima. Estudos do passado realizados por investigadores ajudarão a melhor prever as mudanças do futuro.

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publicado às 10:44


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