
Uma ilustração do nono planeta, com o Sol ao fundo
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As temperaturas estão a aquecer no mundo da astronomia depois de uma equipa de pesquisadores ter descoberto cristais de gelo num cometa, sugerindo que pode ser tão velho como o sistema solar.
Uma equipa de pesquisa internacional descobriu o gelo na forma cristalina na superfície do cometa 67P Churyumov-Gerasimenko, Churi como diminutivo, indicando que terá sido formado há 4,600 milhões de anos - os resultados da experiência podem ter sido publicados no Astrophysical Journal.
O cometa, que é parte da família do planeta Júpiter, revelou ter cristais de gelo na sua superfície, que pode ter sido originado no espaço antes do sistema solar ou o Sol terem sido formados, em condições que os cientistas descrevem como sendo de nébula protosolar.
Ao analisar os químicos presos no gelo da superfície do planeta, os pesquisadores foram capazes de determinar a idade dos cristais de gelo usando um espectrómetro de massa - instrumento capaz de medir as massas e a concentração relativa de átomos e moléculas. Uma afirmação do Centro Nacional de Pesquisa Cientifica Francesa (CNRS) disse: 'Se os cometas são feitos de gelo cristalino, isto significa que eles se devem ter formado ao mesmo tempo que o sistema solar, do que mais cedo, no meio interestelar.'
Antes da vida começar
A descoberta de cristais de gelo no Churi pode ter implicações na pesquisa futura baseadas baseadas em como a Terra e o sistema solar iniciou a vida.
'Em Outubro de 2014 [o espectrómetro de massa] mediu primeiro quantidades de nitrogénio molecular (N2), monóxido de carbono (CO) e árgon (Ar) no gelo do cometa,' referiu um depoimento da CNRS.
'Os dados foram comparados com experiências laboratoriais em gelo amorfo, bem como de modelos descrevendo a composição de hidratos de gás - um tipo de gelo cristalino em que moléculas de água podem prender moléculas de gás.'
Os níveis de nitrogénio e de gás árgon no gelo levaram os pesquisadores a concluir que teve uma estrutura cristalina, sugerindo que o gelo na superfície do cometa pode ter sido formado antes do sistema solar, ou até ao mesmo tempo.
Uma ilustração do nono planeta, com o Sol ao fundo
Astrónomos fizeram simulações e dizem que há um planeta gigante para lá de Plutão. Agora só falta vê-lo
Um nono planeta no sistema solar, muito para lá de Plutão? Primeiro, os astrónomos Mike Brown e Konstantin Batygin, do California Institute of Technology (Caltech) ficaram muito, muito céticos. Era para aí que apontavam as contas de Chad Trujillo e Scott Shepperd, dois jovens pós-docs que em 2013 estavam na equipa de Brown, mas claro que não podia ser. Ou podia?
Espicaçado pela curiosidade, e mais para rebater a ideia do que para tentar validá-la, Brown propôs a Batygin que olhassem ambos melhor para os dados. E depois de ano e meio de simulações computacionais e de muita física e matemática acabaram por descobrir aquilo de que não estavam à espera. Tudo indica que existe um nono planeta no sistema solar, que será 10 vezes maior do que a Terra e que orbita o Sol a uma distância 20 vezes superior àquela a que está Neptuno da nossa estrela: 4,5 mil milhões de quilómetros. O Caltech anunciou hoje a descoberta.
As contas estão feitas e agora só falta encontrar esse planeta, cuja dimensão o salva de se ser um planeta-anão, a etiqueta que se colou a Plutão e a todos os objetos que orbitam para lá dele, naqueles confins gelados do sistema solar.
Embora ainda não tenha sido observado diretamente, Mike Brown e Konstantin Batygin publicaram os seus resultados na revista Astronomical Journal e batizam como Planeta Nove o novo objeto que emerge das suas equações e simulações.
"É verdadeiramente um nono planeta", assinala Mike Brown, no comunicado do Caltech. "É um pedaço bastante substancial do nosso sistema solar que está aí à espera de ser descoberto, o que é muito entusiasmante", sublinha o investigador.
Uma pergunta tem, no entanto, de ser feita - e os dois astrónomos fazem-na. De onde sai agora, assim de repente, um planeta gigante, a orbitar o Sol, muito para lá de Plutão?
Para responder à questão, Mike Brown e Konstantin Batygin contam a história do sistema solar com uma única e subtil mudança em relação à tese hoje consensualmente aceite pelos astrónomos. Nos primórdios dos sistema solar, em vez dos quatro núcleos planetários que vieram a dar origem aos gigantes gasosos Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno, haveria cinco desses núcleos, e o quinto, que terá dado origem ao planeta Nove, se se tivesse chegado demasiado a Júpiter e a Saturno teria sido ejetado por ambos para as paragens distantes onde agora Mike Brown e Konstantin Batygin dizem que ele se encontra.
Os dois astrónomos, sublinha o comunicado do Caltech, continuam a refinar as suas simulações para compreender melhor este planeta e os efeitos que ele produz nos outros objetos na região do sistema solar onde se encontra e a outra busca, a da sua deteção direta com alguns dos maiores telescópios do mundo, como o de Mauna Kea, no Havai, também já se iniciou, liderada por Mike Brown.
"Adoraria encontrá-lo", diz o investigador, sublinhando, no entanto, "que será bom na mesma se ele for encontrado por outros". A publicação do artigo com o anúncio do planeta Nove tem, de resto, exatamente esse objetivo, afirma Brown. "O que esperamos é que outras pessoas se sintam inspiradas e comecem a procurar também".
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A partir de agora, o objecto mais distante do sistema solar, é uma rocha 103 vezes mais afastada do Sol que a Terra.
O objecto permanece não classificado, catalogado como V774104, e poderá ser uma das mais excitantes descobertas do ano - ou então, só mais uma rocha.
Investigadores deram a conhecer a descoberta do objecto, 4ªfeira, no 47º encontro anual da American Astronomical Society's Division para Ciências Planetarias, em Washington, D.C.
Actualmente, o objecto chegou ao limite do cinturão Kuiper, a região cheia de 'detritos' onde se encontram os planetas-anões Plutão e Eris.O objecto pode habitar a franja da nuvem de Oort, um distante e teorético disco protoplanetário de objectos gelados.
É possível que o misterioso objecto não tenha sido perturbado em 4500 milhões de anos, intocado desde o início do sistema solar. Se assim for, poderá oferecer aos astrónomos um olhar único sobre o nascimento do nosso sistema planetário.
É também possível que o V774104 siga uma órbita elíptica e irá desviar-se para muito mais perto do Sol. Se isso acontecer, o objecto irá tornar-se menos interessante.
'Não há razão para estar excitado para já,' diz à Nature, Michael Brown, cientista planetário no Instituto de tecnologia da Califórnia.
Astrónomos só identificaram até hoje dois objectos na nuvem de Oort, Sedna e 2012 VP. Ambos os objectos andam pelo cinturão de Kuiper como parte das suas órbitas. O seu caminho à volta do Sol é influenciado pela atracção gravitacional de Neptuno.
Se o V774104 permanecer não afectado por Neptuno, então será altura de ficarmos atentos e excitados com o que poderá acontecer.